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Lagarde: "Iremos tão longe quanto necessário" para estabilizar inflação nos 2%

Num discurso de abertura da sessão desta terça-feira do Fórum do BCE, que decorre em Sintra, Christine Lagarde disse que irá "tão longe quanto necessário" para trazer a inflação de volta aos 2%. A presidente do BCE disse que as taxas de juro podem subir mais - consoante a evolução dos indicadores. Mas também pediu aos Governos que façam a sua parte: apoiem as famílias, ao mesmo tempo que reduzem a dívida pública.

28 de Junho de 2022 às 09:15
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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, garantiu nesta terça-feira, 28 de junho, que a instituição poderá ir "tão longe quanto necessário" para garantir que a inflação estabiliza nos 2% no médio prazo.

"Vamos continuar este caminho de normalização - e iremos tão longe quanto necessário para garantir que a inflação estabiliza na nossa meta de 2% no médio prazo", afirmou Christine Lagarde, num discurso de abertura do segundo dia do Fórum do BCE, que decorre em Sintra. 

Responsáveis de bancos centrais, decisores políticos e economistas estão reunidos em Sintra para a sua conferência anual, com o foco na subida dos preços - a expectativa, para já, é que a zona euro veja a inflação subir para 6,8% no conjunto do ano. 

Lembrando que a inflação está "indesejavelmente elevada", devido a um "mix complexo de factores", a presidente do BCE apontou para a dificuldade em dizer quando é que a inflação vai regressar ao objetivo de médio-prazo (de uma inflação nos 2%).

"Neste contexto, temos de agir de forma determinada e sustentada", defendeu. "Mas com a opção de agir de forma decidida sobre alguma deterioração da inflação de médio prazo", sobretudo se houver sinais de as expectativas de inflação se deteriorarem, acrescentou Lagarde. 

O "caminho da normalização", segundo a presidente do BCE, avançará conforme já anunciado, com uma subida das taxas de juro em julho. Mas dada a incerteza "o ritmo da subida não pode ser definido" anteriormente.

Mas Christine Lagarde deu vários exemplos do caminho das ações do banco central: "Se virmos uma inflação superior, se as expectativas ficarem desancoradas ou se virmos o potencial de uma maior perda económica, teremos de retirar as medidas acomodatícias mais rapidamente", disse.

O BCE prepara-se para aprovar, no final de julho, uma subida das suas três taxas de juro em 25 pontos base, lembrou Lagarde. Mas o banco central mostrou-se disponível também para uma maior subida - se as condições não melhorarem. Além de setembro, também há essa disponibilidade - consoante os dados disponíveis, frisou a ex-líder do FMI.

Ao mesmo tempo, Lagarde lembrou o mecanismo anti-fragmentação, defendendo que, com a sua criação, e apesar das diferenças entre os estados-membros, "não há trade-offs" na normalização da política monetária. 

Governos também têm de fazer a sua parte

Mas para a Christine Lagarde, não é só o BCE que tem de agir para conter os preços. "Os Governos também têm de fazer a sua parte em reduzir estes riscos, criando apoios direcionados e temporários", defendeu. Ao mesmo tempo, acrescentou, devem seguir um caminho que reduz a dívida pública e garante a estabilização macroeconómica. 

"É imperativo que os decisores políticos, dentro dos seus mandatos, respondam aos riscos para a economia", acrescentou.

Ainda assim, a presidente do BCE ainda fala em crescimento económico no conjunto do ano - apesar dos índices manufatureiros de junho apontarem para uma travagem a fundo na zona euro. "Revimos em forte baixa as nossas estimativas de crescimento económico para os próximos anos, mas continuamos a prever taxas positivas de crescimento", afirmou Christine Lagarde. Isto porque as 'almofadas' de poupança que as famílias criaram durante a poupança podem responder à subida de preços, admitiu. 

(Notícia atualizada com mais informação às 10:02)
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