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Juros da dívida portuguesa de novo em alta
As taxas de rendibilidade das obrigações soberanas a dez anos voltaram a subir acima de 3,4%. Ainda estão longe do pico recente de 4,2%, mas também dos 2,5% em que estavam há seis meses.
Um dos indicadores do custo de financiamento do Estado português voltou a subir nesta segunda-feira, 11 de Abril. As taxas de rendibilidade das obrigações soberanas a dez anos fecharam em 3,14%, depois de terem tocado em 3,45%.
Este valores, observados no mercado secundário onde se trocam de mãos os títulos já emitidos pelos Estados, ainda ficam longe dos observados em Fevereiro, mês em que os juros superaram os 4%, mas estão também distantes dos 2,5% que se praticavam há seis meses. Nos restantes países periféricos da Zona Euro a tendência dos juros ao longo do dia de hoje foi mista: subiram em Itália, mas desceram em Espanha.
Na semana passada o Estado voltou ao mercado para colocar 1,5 mil milhões de euros em obrigações com maturidade em Outubro de 2022 e em Fevereiro de 2045. A operação sindicada, que ficou fechada na quarta-feira, teve uma participação elevada de investidores portugueses, que absorveram 26,7% da emissão. Mas ficou aquém do esperado por alguns analistas, em termos de procura e juros prometidos pelo Estado aos seus financiadores.
O agravamento das taxas portuguesas nesta segunda-feira ocorre num dia em que António Costa assinou em Atenas um texto conjunto com Alexis Tsipras no qual criticam o rumo da Europa e soluções exclusivas de austeridade.
No fim-de-semana, o primeiro-ministro também anunciou que quer "encontrar um veículo de resolução para o crédito malparado, de forma a libertar o sistema financeiro de um ónus que dificulta uma participação mais activa no financiamento às empresas", referindo-se à criação do que é commumente chamado de "banco mau".