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Juros da dívida do BES disparam para mais de 12%

A crise no BES volta a condicionar os mercados esta terça-feira, com os investidores a aguardarem com elevada expectativa se a Rioforte vai pagar à Portugal Telecom o empréstimo de 847 milhões de euros que vence hoje.

15 de Julho de 2014 às 12:56
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O Banco Espírito Santo (BES) continua sob forte pressão dos mercados, com as acções do banco em forte queda no dia em que a grande expectativa dos investidores está em saber se a PT vai ser hoje reembolsada do investimento de 847 milhões de euros que fez na Rioforte.

 

Na bolsa as acções do BES caem 11,01% para 39,6 cêntimos, a aliviarem de uma queda máxima de 20,22% para 35,5 cêntimos, cotação que representa um mínimo histórico.

 

No mercado de dívida também se reflecte o aumento do risco no banco, com a "yield" das obrigações a 10 anos (maturidade em Novembro de 2023) a dispararem para 12,09%, o valor mais elevado de sempre. No final do mês de Junho estes títulos eram negociados abaixo dos 6%.

 

Os "credit default swaps" (CDS) do banco, que servem para garantir possíveis incumprimentos do BES, segundo a Bloomberg, estão a disparar 51 pontos base para 504 pontos base.  

 

Na ESFG, "holding" que controla 20% e continua suspensa em bolsa, a percepção de risco é muito maior. As obrigações, com maturidade em 2019, estão a ser trocadas em bolsa a menos de 10% do valor a que foram emitidas.

 

"Os investidores estão com receio que as perdas potenciais [com as obrigações do BES] sejam mais elevadas do que o antecipado", comentou à Bloomberg Ariel Belazel, do fundo de obrigações Jupiter Strategic.

 

A Bloomberg atribui o dia negativo nas bolsas aos receios com o impacto da crise no GES. Os principais índices europeus marcam perdas em torno de 0,5%. O PSI-20, que já esteve a perder mais de 1%, segue a meio da sessão a cair 0,83% para 6.130,68 pontos.

 

Rioforte vai pagar à PT?

 

A Rioforte, onde a PT aplicou cerca de 900 milhões de euros em papel comercial, é a "holding" do Grupo Espírito Santo que controla 49,3% do capital da Espírito Santo Financial Group. Esta companhia detém 20% do BES, pelo que o banco não está directamente relacionado com esta aplicação da PT na empresa do GES.

 

Contudo, o mercado teme que o impacto de um potencial incumprimento da Rioforte venha a ter um forte impacto no BES, já que o banco é o maior credor do GES. A exposição directa é de 1,2 mil milhões de euros, sendo que os clientes do BES também têm uma exposição de perto de 900 milhões de euros a empresas do GES.

 

A agência Bloomberg assinala que os investidores temem que estes problemas no GES, que pondera um pedido de protecção contra credores, venham a ter impacto no banco e que os obrigacionistas do banco venham a sofrer perdas.

 

É por isso que no mercado é grande a expectativa sobre se a Rioforte vai pagar à PT. "É do interesse de todos que seja atingido um acordo", diz Roger Francis, analista da Mizuho International. "Se a Rioforte conseguir fazer uma oferta credível, propondo o adiamento do reembolso desta aplicação [papel comercial] por um prazo razoável, não é do interesse da Portugal Telecom" recusar e avançar para tribunal.

 

O Negócios noticia hoje que a solução para este caso pode passar pelo adiamento do reembolso, ou seja, acordar com a Rioforte para que esta possa pagar mais tarde.

 

Um incidente com esta dívida - o mesmo é dizer, o incumprimento por parte da Rioforte - pode causar danos na fusão da PT com a Oi que, na realidade, é quem detém, actualmente, o papel comercial da Rioforte.  

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