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Jorge Moreira da Silva: "É preciso criar mecanismos de medição" nas finanças sustentáveis

O diretor da Cooperação para o Desenvolvimento da OCDE alerta que é preciso combater o "green washing", promovendo a confiança no investimento sustentável.

Lusa
27 de Janeiro de 2020 às 18:14
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O tema da sustentabilidade tem vindo a ganhar relevância crescente a nível internacional. Jorge Moreira da Silva considera fundamental criar critérios de comparabilidade de modo a garantir que não há "green washing", adiantando que é, contudo, um erro associar a sustentabilidade apenas a questões ambientais. 

 

"A comparabilidade e escrutínio são decisivos nas finanças sustentáveis. Não pode haver 'green washing'", alerta Jorge Moreira da Silva, no evento Via Bolsa 2020, organizado pela Euronext Lisbon. O diretor da Cooperação para o Desenvolvimento da OCDE vê " com muito interesse que o mercado de capitais e investidores institucionais estejam com um nível de atrevimento mais elevado do que há alguns anos [no tema do financiamento sustentável], mas é preciso que os reguladores façam a sua parte, criando mecanismos de comparabilidade".

 

E os critérios têm que ser adequados. O antigo ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território e da Energia realça que é preciso escrutinar os investimentos associados à sustentabilidade e de impacto social, de modo a garantir que estes produtos realmente cumprem critérios de sustentabilidade. Mas "é um erro associar sustentabilidade apenas a sustentabilidade ambiental".

 

A sustentabilidade, além da vertente ambiental, inclui temas relacionados com a igualdade de género, manutenção da paz, ordenamento das cidades, entre muitos outros. Temas que, segundo Jorge Moreira da Silva, vão requerer elevadas somas de dinheiro, num mundo em que a desigualdade está a aumentar.

 

E é aqui que entram as finanças sustentáveis. O responsável acredita que a banca comercial pode assumir um papel fundamental. "No setor financeiro há um dinamismo crescente, há um conjunto de iniciativas" ao nível da sustentabilidade, realça Moreira da Silva, acrescentando que há 30 mil milhões de ativos com "algum tipo de sensibilidade à sustentabilidade".

Mas as necessidades de financiamento são bem superiores. Segundo o responsável, serão necessários 100 biliões de dólares, nas próximas duas décadas, para suprir estas necessidades. 

 

Contudo, para canalizar estes fundos é preciso transparência, uma vez que "não se consegue incentivar o que não se consegue medir", avisa. 

 

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