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Fundos “secretos” podem formar mercado de 3 mil milhões em 2021

Uma nova geração de ETF que ocultam os seus ativos enfrenta dificuldades para conquistar adeptos este ano. Isso pode mudar em 2021.

Ian Waldie/Getty Images
20 de Dezembro de 2020 às 15:00
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Os ativos na categoria ativa não transparente (conhecida pela sigla em inglês ANT) podem chegar a 3 mil milhões de dólares até ao final do ano que vem, segundo projeção da Bloomberg Intelligence. Os fundos atraíram apenas 800 milhões de dólares até agora, mas as organizações que licenciam a metodologia detêm um total de 1 bilião de dólares em ativos, indicando um enorme potencial de crescimento.

Desde o lançamento em abril, quando o coronavírus derrubou os mercados em todo o mundo, muitos dos fundos ANT superaram os seus pares, destacando gestoras de perfil ativo que oferecem as suas estratégias num invólucro de fundo negociado em bolsa (exchange-traded fund ou ETF), sem revelar os seus segredos. Foi preciso superar as exigências de transparência dos investidores, o histórico de performance ambíguo e, claro, uma pandemia global.

"Isso realmente permitiu que muitas outras firmas no setor da gestão de fundos oferecessem as suas estratégias num veículo diferente", disse Matthew Bartolini, responsável por pesquisas sobre fundos da família SPDR nas Américas da State Street Global Advisors. "O panorama para 2021 depende do desempenho de todas as estratégias ativas — sejam elas transparentes ou não transparentes."

Há sinais de que todos os fundos ativos começam a avançar num universo dominado por produtos passivos. Enquanto os fundos ativos representam apenas 3% dos 5,3 biliões de dólares no mercado de ETFs dos EUA, estão a caminho de encerrar o seu melhor ano em termos de entradas de recursos.

Início robusto

A American Century tornou-se a primeira firma a lançar fundos ativos não transparentes em abril, com um fundo voltado para estratégias de crescimento e outro para estratégias de valor. O total de ativos do seu Focused Dynamic Growth ETF aumentou em mais de 200 milhões de dólares desde o lançamento.

Produtos oferecidos pela Fidelity Investments, Natixis e T. Rowe Price Group também chegaram ao mercado, enquanto a Invesco recebeu permissão da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) para seguir adiante com o seu próprio modelo, que provavelmente será lançado no ano que vem.

"Existem vantagens no ANT em comparação com o fundo mútuo porque dá para oferecer a estratégia a um custo menor e provavelmente é mais eficiente em termos tributários", disse David Perlman, estrategista de ETFs da UBS Global Wealth Management.

Dos 15 ANTs existentes no mercado, 10 estão a superar as suas referências, escreveram os analistas da Bloomberg Intelligence Athanasios Psarofagis e Morgan Barna no relatório recente. Os produtos atuais representam apenas 0,3% do montante mantido por fundos mútuos semelhantes das suas firmas.

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