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Euro, petróleo e acções asiáticas valorizam-se após eleições na Grécia

A moeda única europeia está a ganhar mais de 0,50%, o petróleo valoriza-se mais de 1%, enquanto as bolsas asiáticas começam a sessão em forte alta. São os efeitos da reacção positiva dos investidores à divulgação dos resultados eleitorais na Grécia, com a vitória do Nova Democracia, pró-resgate e pró-Europa.

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Os investidores estão a reagir de forma positiva à vitória do Nova Democracia e ao segundo lugar do Syriza nas eleições de ontem na Grécia.

A divisa europeia, por exemplo, está a valorizar-se 0,61% para os 1,2715 dólares e já tocou num máximo de desde 22 de Maio, há praticamente um mês. O euro ganha pelo quinto dia consecutivo. A moeda única ganha 1,1% em relação ao iene japonês.

O ganho que se regista no euro em relação à divisa norte-americana não é, contudo, suficiente para compensar a perda que a moeda única europeia verifica desde o primeiro acto eleitoral na Grécia, a 6 de Maio.

Os preços do petróleo também estão a subir, neste caso, mais de 1%. Os contratos futuros de crude, negociados em Nova Iorque, ganham 1,17% para os 85,01 dólares por barril, enquanto os contratos de Brent do Mar do Norte, transaccionados em Londres e que servem de referência para as importações portuguesas, avançam 1,29% para os 98,87 dólares por barril.

O MSCI Ásia-Pacífico, por sua vez, ganha 1,1%. No caso japonês, a valorização do índice Nikkei é de 1,66%, enquanto o Topix ganha mesmo 2,16%. Já os futuros do norte-americano Standard & Poor’s ganham 0,65%.

"É francamente positivo, mas penso que temos de ter consciência que ainda se mantêm muitos problemas na Europa. Ainda há muitos ‘não sei’ em termos de perspectivas para a Europa", considera à Bloomberg o estratega cambial do Westpac Banking Robert Rennie.

Haverá, neste momento, vários motivos a justificar a reacção positiva dos mercados. Por um lado, o vencedor foi o Nova Democracia, partido conservador que se mostra favorável ao actual programa de resgate. É positivo, segundo os analistas, o facto de o Nova Democracia, liderado por Antonis Samaras (na foto), poder vir a formar governo. Contudo, não há garantias de que seja um governo de coligação ou, apenas, um governo que tem garantia de aprovação parlamentar das suas medidas.

Uma coligação do Nova Democracia com o Pasok teria maioria absoluta, mas os socialistas já disseram que não querem integrar um governo de coligação sem o Syriza. Por sua vez, o Syriza não se quer juntar nem ao Pasok nem ao Nova Democracia.

Apesar disso, os investidores também estarão a aliviar a pressão devido ao segundo lugar do Syriza. Esta força política, conhecida como Coligação da Esquerda Radical, defendia o abandono do actual acordo e argumentava a necessidade de terminar com as medidas de austeridade, o que acabou por trazer receios de que a Grécia pudesse sair do euro. Uma possibilidade que trouxe pessimismo para os investidores. Hoje, estará a haver um alívio relativo a esse medo.

A acrescentar ainda está o facto de a Alemanha, através do ministro dos Negócios Estrangeiros Guido Westerwelle, ter indicado que haverá espaço para uma recalendarização das medidas acordados - embora rejeitando espaço para um novo pacote de resgate.
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