O euro recuava 0,55% face ao dólar, depois do Banco Central Europeu (BCE) ter mantido hoje inalterada a sua taxa directora nos 4,5%, frustrando expectativas de descida dos juros geradas nos últimos dias, depois da inflação europeia ter abrandado em Junho.

A divisa europeia cotava nos 0,8687 dólares e desvalorizava 0,72% relativamente à moeda nipónica, ao negociar nos 107,39 ienes.

O BCE decidiu hoje, em reunião do seu Conselho de Governadores, manter a sua taxa de juro de referência inalterada, continuado a aguardar por indicadores que confirmem o a quedas das pressões inflacionistas da Zona Euro.

Esta decisão foi em linha com a posição assumida pela autoridade monetária da Zona Euro na semana passada, que defendeu, no seu Boletim mensal de Julho, que o actual nível das taxas é «apropriado» para evitar a progressão das pressões inflacionistas no médio prazo.

A manutenção dos juros na reunião de hoje confirmou as expectativas da generalidade dos analistas, embora o abrandamento da taxa de inflação da Zona Euro no mês de Junho tenha gerado algumas expectativas relativamente a uma inflexão na política monetária da instituição liderada por Wim Duisenberg.

O índice de preços no consumidor (IPC) harmonizado da Zona Euro subiu 0,1% em Junho, depois de crescer 0,6% no mês anterior. Esta evolução colocou a taxa de inflação homóloga nos 3%, abaixo dos 3,4% registados em Maio.

No entanto, este indicador continuou acima do objectivo de 2% traçado pelo BCE, uma meta que, segundo a autoridade monetária da Zona Euro, só deverá ser atingida no decorrer do próximo ano.

Entre os principais bancos centrais mundiais, o BCE é aquele que menos baixou os juros desde o início do ano, ao efectuar uma única redução de 25 pontos base, no dia 10 de Maio, para os actuais 4,5%, na tentativa de estimular o crescimento económico, através da redução dos encargos associados à contracção de financiamentos.

Os analistas estimam que o BCE deverá voltar a baixar os juros até final do terceiro trimestre deste ano, tendo em conta as últimas estimativas, que apontam para a perda de ritmo da economia europeia.

O produto interno bruto (PIB) da zona da moeda única deverá crescer abaixo dos 2,5% este ano, contra os 3,4% registados em 2000, de acordo com as previsões da Comissão Europeia.

Cada euro vale 200,482 escudos.