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Redes de gás da REN já estão certificadas para transportar entre 10 e 20% de hidrogénio verde

Até 2027 a REN vai aumentar em 125% o investimento anual nas redes de gás até 2027 para um valor entre 105 e 115 milhões de euros. 50% será em redes adaptadas para os novos gases renováveis.

No primeiro semestre, o terminal da REN, em Sines, recebeu apenas uma carga de gás da Rússia, em maio.
Luis Guerreiro
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A REN – Redes Energéticas Nacionais anunciou esta quarta-feira que já tem todas as suas infraestruturas certificadas para o transporte, distribuição e armazenamento de misturas de hidrogénio (entre 10 e 20%) com gás natural, de acordo com os objetivos de descarbonização definidos pelo Governo no Plano Nacional de Enrgia e Clima (PNEC 2030).

A cargo da entidade certificadora Bureau Veritas, este processo de certificação veio confirmar que, tecnicamente, a REN - enquanto concessionário destas infraestruturas de serviço público - reúne as condições para transportar misturas de hidrogénio com gás natural até 10% na Rede Nacional de Transporte de Gás (RNTG) e no Armazenamento Subterrâneo do Carriço (AS Carriço) e até 20% na Rede Nacional de Distribuição de Gás (RNDG) operada pela REN Portgás.

Em maio de 2024, a REN apresentou o seu novo Plano Estratégico 2024-2027, que prevê uma aceleração no investimento neste período, para chegar a um valor entre 1,5 e 1,7 mil milhões de euros. Trata-se de um aumento de 70% na média anual de investimento registada entre 2021 e 2023. Desta forma, a REN prevê um investimento anual entre 350 e 450 milhões de euros nos próximos quatro anos, face a uma média de 250 milhões entre 2021 2 2023.   

Nas redes de gás, a REN vai aumentar em 125% o investimento anual até 2027 para um valor entre 105 e 115 milhões de euros, face aos 51 milhões entre 2021 e 2023. Deste total, metade (50%) será em redes adaptadas para os novos gases renováveis, sendo que a empresa assinala que estes investimentos não estão isentos de "incerteza".

"A REN tem contribuído de forma permanente na sua qualidade de operador de infraestruturas de serviço público, através das áreas de planeamento e gestão técnica global dos Sistemas Elétrico e de Gás, na concretização da descarbonização destes sistemas energéticos", referiu a empresa em comunicado.

A estratégia da operadora de redes de transporte de gás natural para os gases renováveis assenta em dois pilares: a adaptação das infraestruturas existentes para acomodar estes gases; e o desenvolvimento de infraestruturas 100% hidrogénio para responder às necessidades efetivas do mercado.

Há cerca de um ano, a REN tinha dado conta do objetivo de obter esta certificação até ao final de 2023, o que acabou por se verificar apenas agora. Nessa altura, a empresa deu conta de ter investido cinco milhões de euros para certificar as infraestruturas de transporte, armazenamento e distribuição de gás natural no país para que possam também englobar hidrogénio.

O investimento foi feito no âmbito do Programa de Conformidade de Ativos, no quadro do Programa H2REN, que se iniciou em 2022.

"Pretende-se alcançar a certificação [do plano de investimentos] para veicular 100% de hidrogénio nestas infraestruturas",  diz a empresa em comunicado, acrescentando que este "é mais um passo para incorporar gases renováveis na rede de gás nacional, em particular o hidrogénio que, contrariamente ao biometano, carece de adaptações adicionais nas infraestruturas".
 
A REN refere ainda que o seu Programa de Conformidade de Ativos inclui os planos de investimento submetidos à Direção de Geral de Energia e Geologia (DGEG) e avaliados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), que "visam garantir as condições de qualidade e segurança necessárias à operação de sistema gás com incorporação de hidrogénio".

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