Notícia
Euribor cai para mínimo histórico de quase -0,5%
As taxas indexantes continuam a sua trajetória descendente e assim se deverão manter nos próximos tempos. A taxa a 3 meses, que serve de referência, voltou a renovar mínimos históricos.
Este ano, a taxa com esta maturidade registou um máximo a 23 de abril, quando negociou nos -0,161%, um valor em que já não tocava, pelo menos, desde janeiro de 2015. O anterior mínimo histórico estava fixado nos -0,489%, registado a 12 de março.
Evolução da Euribor a 3 meses nos últimos seis meses
A política monetária do Banco Central Europeu (BCE) empurrou, nos últimos anos, os indexantes do crédito para níveis cada vez mais negativos. Apesar de as taxas terem tocado mínimos históricos no ano passado, em março deste ano voltaram a aproximar-se desses níveis. Nos últimos meses, estes indexantes sentiram um ligeiro alívio, mas continuam muito longe de zero.
Hoje, a Euribor a 12 meses negoceia nos -0,466%, enquanto a taxa a seis meses desceu ligeiramente para -0,442%. E de acordo com as indicações do mercado, os futuros colocam a Euribor a negociar em patamares negativos, pelo menos, até 2025.
A evolução das Euribor está diretamente relacionada com as taxa de juro diretoras do Banco Central Europeu (BCE). Atualmente, a taxa de juro dos depósitos da instituição liderada por Christine Lagarde está em mínimos históricos nos -0,5% e por lá deverá permanecer nos próximos tempos pelo que as taxas Euribor deverão continuar neste patamar ou mesmo prosseguir com uma trajetória descendente.
Na última reunião de política monetária, Lagarde optou por manter todos os seus instrumentos inalterados, até se perceber o real tom da recuperação económica, empurrando para a nova reunião de setembro ou outubro, uma nova revisão.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
No mês passado, o BCE anunciou que a sua taxa interbancária "overnight", a Ester (€STR), vai passar a ser publicada em vários prazos, posicionando-se como uma taxa de referência no mercado e uma alternativa para substituir a Euribor. O banco central diz que a reforma do indexante está atrasada e avisa que os bancos devem preparar um plano de contingência para um cenário em que a Euribor desapareça.
O INE divulgou hoje que as taxas de juro implícitas do crédito à habitação avançaram pelo segundo mês consecutivo, em julho. Apesar da subida registada face a junho, os juros do crédito mantêm-se abaixo de 1%.
As taxa de juro dos créditos à habitação avançaram, no mês passado, para 0,95%, isto depois de já terem subido no mês anterior dos mínimos históricos fixados em maio, para 0,932%, segundo mostram os últimos dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelados esta quinta-feira.