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Descobertas petrolíferas no Brasil podem acabar com dependência do Médio Oriente

O Hemisfério Ocidental poderá ficar menos dependente do Médio Oriente no que diz respeito ao petróleo. Para tal, basta que as últimas duas descobertas de crude no Brasil comprovem estar, de facto, entre as três maiores dos últimos 30 anos, diz a Strategic

24 de Abril de 2008 às 18:16
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O Hemisfério Ocidental poderá ficar menos dependente do Médio Oriente no que diz respeito ao petróleo. Para tal, basta que as últimas duas descobertas de crude no Brasil comprovem estar, de facto, entre as três maiores dos últimos 30 anos, diz a Strategic Forecasting Inc.

A influência da Arábia Saudita como maior exportador de petróleo poderá esmorecer se os campos no Brasil forem tão vastos como o publicitado, podendo a China e a Índia tornar-se nos principais compradores de crude do Golfo Pérsico, comentou à Bloomberg Peter Zeihan, vice-presidente daquela empresa de análise estratégica.

O Brasil poderá estar a extrair "vários milhões" de barris de crude por dia em 2020, colocando o país entre os sete maiores produtores do mundo, salientou Zeihan. No entanto, isto poderia levar a que a presença da marinha norte-americana no Golfo Pérsico e nas águas adjacentes diminuísse, segundo as previsões da empresa, o que deixaria a região exposta a mais conflitos.

"Poderíamos ver um mundo mais violento", advertiu Peter Zeihan. "Se os EUA não precisarem de crude do Golfo Pérsico, que necessidade terão de continuar a policiar aquela região", questionou-se aquele responsável. "De repente, todos os riscos geopolíticos da região deixariam de ser um problema nosso", alertou nas declarações à Bloomberg.

Tupi e Carioca

A Petrobras anunciou em Novembro que o campo "offshore" de Tupi poderá conter oito mil milhões de barris de crude recuperável. Entre as descobertas dos últimos 30 anos, apenas o campo de Kashaga, no Cazaquistão, é maior: 15 mil milhões de barris recuperáveis.

Haroldo Lima, director da agência brasileira do Petróleo, anunciou na semana passada que um outro campo "offshore", o Carioca, poderá conter 33 mil milhões de barris de crude. A ser verdade, tratar-se-á do terceiro maior campo petrolífero da História, atrás do campo de Ghawar na Arábia Saudita e do Burgan no Koweit.

No entanto, saliente-se que analistas do Crédit Suisse e da UBS questionaram esta estimativa feita para o Carioca e que Haroldo Lima veio atribuir mais tarde aquele número a uma revista e não a declarações suas.

O Carioca é um dos sete campos identificados até agora na zona de exploração conhecida como BM-S-9, que pertence a uma formação conhecida como "Sugar Loaf". O BM-S-9 é detido em 45% pela Petrobras, em 30% pelo BG Group e em 25% pelos espanhóis da Repsol.

A Galp detém uma participação de 14% no BS-M-8 e 20% no BS-M-21. Estes dois blocos ficam localizados ao pé do BM-S-9.

O BM-S-9 fica também perto do campo de Tupi (BM-S-11), igualmente participado pela Galp.

Se a Petrobras confirmar as estimativas para o Tupi e o Carioca, aqueles dois campos poderão conter petróleo suficiente para fornecer todas as refinarias americanas no Golfo do México durante 15 anos, salienta a Bloomberg. A Petrobras disse que precisa de pelo menos três meses para determinar a capacidade do Carioca.

Peter Zeihan prevê que em 2012 se inicie a produção no Tupi.

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