O membro do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu, Christian Noyer afastou, apelidando de «louca», a ideia de que uma redução da taxa de juro de referência, por parte desta instituição, possa impulsionar a curto prazo o crescimento económico da Zona Euro.

«A ideia de que seria suficiente reduzir as taxas de juro para se verem resultados em termos de crescimento económico, dois ou três meses depois, sem representar uma ameaça para todas as razões de crescimento da região, é uma ideia louca», disse o mesmo responsável, citado pela Bloomberg, acrescentando que uma mudança «na política monetária tem efeito vários trimestres depois».

Este cepticismo de Noyer relativamente à redução de juros como solução surge depois do banco central da Suécia ter cortado a sua taxa de juro de referência e de políticos como o ministro italiano Sílvio Berlusconi terem feito pressão para uma redução das taxas como impulso económico.

Noyer e o também membro do Conselho de Governadores do BCE, Klaus Liebscher disseram hoje, em comentários separados, que não há «intenções» de reduzir nem de subir a taxa de juro de referência, reforçando assim as afirmações de Jean Claude Trichet, presidente da instituição bancária, no dia 15 de Junho.

No entanto, o discurso sobre juros é agora diferente, já que em Maio, o BCE disse que reduzir as taxas não era uma opção.

A agência Reuteurs ontem avançava mesmo que fontes ligadas à instituição bancária disseram que o BCE está à espera de novos dados económicos antes de decidir se se justifica ou não uma redução na sua taxa de juro de referência.

Segundo a mesma fonte, o Conselho de Governadores está dividido quanto à previsão de que uma eventual redução das taxas de juro vá ajudar a economia da Zona Euro. A subida da confiança foi citada como o motor para impedir um abrandamento da economia. Algumas fontes ligadas ao processo disseram que uma redução nas taxas de juro iria ajudar a aumentar a confiança, outras que só iria prejudicar a credibilidade do banco central.