Segundo o Instituto de Comunicações de Portugal (ICP), em termos médios, a redução global ponderada dos preços das telecomunicações, em 2000, irá ser na ordem dos 6% a 8%. O tráfego regional não vai registar aumentos nominais, enquanto que o local vai ter um ajustamento mínimo, em termos reais, próximo de zero, informa Luís Nazaré presidente do ICP ao «Diário Económico».

Para esta quebra muito vai contribuir a descida do preço das chamadas de longa distância, de resto, «como na curta distância, a Portugal Telecom (PT) comprovadamente perde dinheiro, assim como na assinatura. Teremos de aceitar variações de preços no sentido da subida e permitir o rebalanceamento do tarifário», declarou o mesmo responsável.

O presidente do ICP defende ainda que «caso se permitisse desde já o acesso indirecto para o tráfego local e regional íamos assistir a uma guerra de margens comerciais entre os novos operadores, “encavalitados” na rede PT, porque não têm estrutura de acesso local e regional e pouco terão no curto prazo», uma vez que muitos dos operadores estão sustentados, em certos troços, na rede PT.

Luís Nazaré salienta ainda que «o acesso directo apenas será rentável quando os segmentos empresariais tiverem sido cobertos. A estratégia dos novos operadores será em primeiro lugar satisfazer os grandes consumidores».