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Trump consegue dividir Wall Street. Tecnológicas dão força ao S&P 500 e Nasdaq
O Dow Jones foi o único dos três principais índices a terminar a sessão no vermelho, depois de Donald Trump ter negado uma política protecionista mais contida.
Numa sessão marcada por um vaivém em torno das tarifas de Donald Trump, Wall Street encerrou divida entre ganhos e perdas, mas com o S&P 500 a alcançar máximos de uma semana. O índice, ao lado do Nasdaq Composite, foi impulsionado pelo bom desempenho das ações ligadas ao setor dos semicondutores, depois de a Microsoft ter reforçado a sua aposta na inteligência artificial (IA).
O S&P 500 encerrou a sessão a valorizar 0,55% para 5.975,38 pontos, enquanto o Nasdaq Composite somou 1,24% para 19.865,80 pontos. O industrial Dow Jones foi a exceção, contrariando a tendência de negociação dos seus congéneres, ao cair 0,06% para 42.706,56 pontos.
O setor automóvel foi o que mais beneficiou de um cenário menos abrangente da política alfandegária de Trump. A Ford cresceu 0,35% para 9,92 dólares, enquanto a General Motors subiu 3,40% para 53,53 dólares, depois de o Washigton Post ter noticiado que a futura administração dos EUA estaria a ponderar impor tarifas a todos os países, mas só em alguns setores críticos para a atividade económica.
Trump ainda veio refutar esta notícia, mas "a semente já tinha sido plantada" na mente dos investidores, como Brian Jacobsen, economista-chefe da Annex Wealth Management, afirma à Reuters. "As políticas da administração Trump podem não ser tão chocantes como as pessoas estavam, inicialmente, a temer", prossegue o analista.
Já no setor tecnológico, a sessão também foi de festa, depois de a Microsoft ter anunciado que pretende investir 80 mil milhões de dólares em centros de dados para treinar modelos de IA e a taiwanesa Foxconn ter registado o melhor ano de vendas de sempre em 2024. A Nvidia encerrou a sessão a valorizar 3,43% para 149,43 pontos, enquanto a Advanced Micro Devices ganhou 3,33% e a Mícron Techonology disparou 10,45%.
Os investidores aguardam, agora, por uma série de dados económicos e discursos de membros da Reserva Federal (Fed) norte-americana, que culminam com a divulgação do relatório de criação de emprego na sexta-feira. Estes dados adquirem especial relevância, numa altura em que se avalia o impacto das políticas de Trump na economia.
Enquanto no curto prazo, as medidas que o republicano pretende impor devem até levar a um aumento dos lucros das empresas e alavancar o crescimento económico, políticas como a imposição de tarifas podem ser inflacionistas. A governadora da Fed Lisa Cook juntou-se esta segunda-feira a um coro de vozes dentro do banco central que têm avisado que os riscos inflacionistas mantêm-se este ano.