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Como se 2020 não bastasse, há mais riscos para os mercados no próximo ano. Conheça oito
O Standard Chartered já fez a lista dos oito riscos que podem surpreender os mercados no próximo ano. Saiba quais são e que impacto têm.
O que pode correr mal para os investidores no próximo ano, após a pandemia ter marcado 2020?
Muito, a julgar pela lista do Standard Chartered de potenciais surpresas para os mercados financeiros em 2021.
Democratas a conquistarem a maioria no Senado norte-americano, uma trégua na relação EUA-China levando à valorização da moeda chinesa para 6 yuans por dólar ou o barril de petróleo a afundar para 20 dólares devido a uma rutura da OPEP. Estes estão entre os oito eventos "improváveis" que podem afetar os mercados, explicou o chefe global de research do banco, Eric Robertsen, no relatório anual de surpresas para os mercados financeiros.
A possibilidade da pandemia não entrou em muitas listas de risco no ano passado, mas os mercados globais em grande parte recuperaram do choque, ajudados por medidas orçamentais e monetárias de emergência. Os investidores chegaram a alguns pontos de consenso sobre uma recuperação do crescimento e da inflação no próximo ano, o que deixou as curvas de rendimentos mais inclinadas, valorizou os títulos de dívida empresarial e derrubou o dólar.
Neste contexto, o maior golpe seria um problema na distribuição das vacinas, acredita Robertsen.
Quanto aos eventos de "probabilidade diferente de zero" do ano passado, Robertsen acertou em cheio quando apontou para o corte na taxa de juros nos EUA e para o ouro superar os 2.000 dólares por onça devido ao prolongamento da prorrogação das compras de ativos pelos bancos centrais. Também esteve perto de acertar sobre um ganho de 20% no S&P 500.
Este é a mais recente listagem do especialista com os riscos para o próximo ano e que não estão a ser suficientemente contemplados pelos investidores:
- Democratas conquistam a Geórgia e conseguem maioria no Senado dos EUA
- Os democratas iniciam uma agenda legislativa para aumentar impostos e implementar mudanças regulatórias que visam o setor tecnológico
- IMPACTO: As ações das empresas de tecnologia afundam e a rendibilidade dos títulos do Tesouro dos EUA aumentam devido a receios relacionados com a oferta
- EUA e China chegam a um entendimento
- A China concorda em permitir a valorização da sua moeda, na tentativa de elevar o poder de compra das suas empresas e consumidores
- IMPACTO: Taxa de câmbio chega a 6,00 yuans por dólar
- Estímulo monetário e orçamental impulsiona a recuperação mais forte num século
- Na ânsia de capturar ganhos em ativos reais, os investidores transferem quantidades crescentes de capital para mercados como o de cobre
- IMPACTO: Cobre sobe 50%
- Rutura na OPEP
- Para sanar as suas finanças, governos abandonam as quotas de oferta de petróleo, colocando um ponto final na cooperação entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo
- IMPACTO: Barril de petróleo cai para 20 dólares
- Morre a esperança de estímulo orçamental na Europa
- A capacidade do Banco Central Europeu de dar suporte à recuperação está em causa, já que taxa de juro está em 0% e o balanço do banco central aproxima-se de 100% do PIB
- IMPACTO: Moeda única desvaloriza para 1,06 dólares no meio do ano.
- Tesouro dos EUA abandona política de dólar forte
- Quando o Congresso não coopera para a aprovação de um pacote orçamental, Janet Yellen, escolhida para liderar o Departamento do Tesouro, mexe no tabuleiro para depreciar o dólar, a fim de flexibilizar as condições financeiras
- IMPACTO: Dólar cai 15%
- Revisões em baixa nos ratings dos soberanos dos emergentes
- O incumprimento nas dívidas corporativas começa de forma lenta nos países emergentes, mas atinge organizações estatais, o que provoca revisões em baixa das classificações de risco de dívida soberana
- IMPACTO: Bolsas de mercados emergentes caem 30% no segundo trimestre e têm o pior ano desde 2013
- Joe Biden renuncia à presidência dos EUA
- Frustrado por não conseguir fazer a ponte entre republicanos e democratas e pressionado por protestos e agitação social crescente, Biden renuncia a favor da vice-presidente, Kamala Harris
- IMPACTO: Correção acentuada nas bolsas dos EUA, aumento dos spreads de crédito e aceleração da queda do dólar