Com os investidores em contagem decrescente para a tomada de posse de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos na próxima segunda-feira, os principais índices em Wall Street terminaram a semana numa nota positiva, com o mercado a antecipar um conjunto significativo de mudanças políticas sob a nova administração.

O industrial Dow Jones somou 0,78%, para os 43.487,83 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 1% para 5.996,66 pontos. O tecnológico Nasdaq Composite pulou 1,5% para 19.627,91 pontos.

Resultados acima do esperado dos maiores bancos norte-americanos e sinais de que a inflação nos Estados Unidos poderá estar a abrandar geraram maior exposição ao risco e levaram o S&P e o Dow Jones a registarem a maior subida semanal desde a semana das eleições, a 5 de novembro. Já o tecnológico Nasdaq teve o melhor saldo semanal desde inícios de dezembro.

A animar a sessão desta sexta-feira estiveram algumas das grandes tecnológicas que corrigiram ontem face aos fortes ganhos de quarta-feira. A Nvidia avançou 3,1% e a Broadcom subiu 3,5%, depois de o Barclays ter elevado os preços-alvo para ambas as cotadas.

Já a Intel escalou 9,25%, depois de o site de notícias SemiAccurate ter revelado que teve acesso a um email sobre uma outra empresa, não especificada, que estaria a tentar adquirir a totalidade da fabricante de "chips".

Entre outras cotadas de maior capitalização bolsista, a Microsoft somou 3,38% na semana e põe assim fim a uma série de quatro semanas de quedas, a maior desde agosto, enquanto a Apple perdeu 1,5% na semana e assinala assim a terceira semana consecutiva de descidas, a maior desde abril.

Ainda a sustentar um maior apetite pelo risco esteve uma conversa telefónica entre o Presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Presidente chinês, Xi Jinping, em que entre os temas discutidos estiveram as relações comerciais, a rede social TikTok e o fentanil. A conversa poderá ajudar a antever o tom das relações entre os dois países.

Os dados económicos melhores do que o esperado no início desta semana ajudaram a "reavivar a narrativa 'Goldilocks' do mercado [que estabelece que algo se deve enquadrar entre margens razoáveis, em oposição a atingir extremos] provavelmente provocaram alguma exposição ao risco", escreveu Emmanuel Cau, estratega do Barclays, numa nota vista pela CNBC.

A tomada de posse de Donald Trump será na segunda-feira, dia que as bolsas norte-americanas estarão encerradas devido ao o dia de Martin Luther King, ou seja, a reação do mercado ao discurso de inauguração de Trump só será conhecida na terça-feira. O feriado é sempre celebrado na terceira segunda-feira de janeiro, em memória do ativista político e líder do movimento norte-americano de direitos civis, que foi Nobel da Paz em 1964.