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Com "onda azul" mais difícil, mercados olham para turbulência no horizonte com receio

Até ao momento, o resultado das eleições dos EUA continua por definir, mas parece mais difícil que os Democratas consigam conquistar a maioria no Senado e na Câmara dos Representantes. Mercados olham para uma divisão com receio, sem aprovação dos novos estímulos.

04 de Novembro de 2020 às 12:58
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Independentemente de quem quer que venha a ser o próximo presidente dos Estados Unidos da América, uma coisa parece ser certa: os mercados querem a maior união possível para que seja aprovado o novo pacote de estímulos orçamentais, a ser discutido desde julho deste ano, e cujo desfecho continua por definir.

Nesse cenário, seria mais favorável que o próximo partido a líderar a Casa Branca, fosse também o partido com maioria conquistada no Senado e na Câmara dos Representantes.

Até ao momento, com os resultados que são conhecidos, o Senado está dividido com 47 lugares para cada partido - a maioria é atingida quando for conquistado o assento número 51 para um dos partidos. No caso da Câmara dos Representantes, estão contados 188 lugares para os Democratas e 181 lugares para os Republicanos, que precisam de chegar aos 218 lugares para a maioria.

"O ponto-chave para os mercados será se o governo - liderado por Biden ou Trump - estará dividido", diz Peter McCallum, analista da Mizuho International, em Londres, que acrescenta que "como as coisas estão, este é o resultado mais provável. Portanto, as ações estão em queda ligeira e a curva das 'yields' do Tesouro achatada".

James Knightley, analista de economia internacional do ING, realça que "uma vitória de Biden, com os democratas a manterem a Câmara e os republicanos no Senado, provavelmente significaria um estímulo fiscal mais fraco, focado mais em infraestrutura".

"Certamente há espaço para um acordo sobre estímulos fiscais. No entanto, a reticência do partido republicano em apoiar um pacote da magnitude proposta pelos democratas da Câmara nos últimos meses significa que é provável que seja um envelope mais modesto", conclui.

Nesta altura, os futuros do S&P 500 continuam em queda. Na Europa, verificam-se várias oscilações entre ganhos e perdas, mas o índice de referência vai subindo.

Tensão e muitas dores de cabeça
A Bloomberg avança que há dois fatores que estão a dar dores de cabeça aos investidores. Um deles é uma possível vitória de Biden ser constestada por Trump, e cuja eleição seja atrasada por causa disso. O outro é a divisão no Senado e na Câmara. "Agora, os dois parecem mais prováveis do que há 24 horas", escreve a agência de notícias. 

A disputa entre Biden e Trump em cinco estados importantes implica que o resultado final destas eleições ainda pode demorar vários dias a ser conhecido. No Michigan, Pensilvânia, Wisconsin, Geórgia e Nevada a contagem de votos prossegue, sendo que a Pensilvânia já informou que a contagem só se será finalizada daqui a uns dias, enquanto no Nevada não será sequer retomada até quinta-feira às 9h00 da manhã.

Se Biden vencer em dois destes - Michigan, Wisconsin, Pensilvânia e Geórgia – ganhas as eleições. Na casa de apostas britânica, Smarkets Exchange, Biden leva agora vantagem, recuperando face a Trump que comandou, quase toda a noite, as epostas. A recolha da empresa dá agora quase 56% a Biden, contra 45% de Trump que chegou, durante a noite, a ter 80% de probabilidades.

Por agora, Joe Biden, o candidato democrata, segue neste momento com mais votos no colégio eleitoral (238 contra 213, sendo precisos 270 para vencer). 

A estratega de investimentos dos Estados Unidos da Allianz Global Investors (AllianzGI), Mona Mahajan, considera que a eleição presidencial não produziu a onda azul esperada, sacudindo os mercados.  
A corrida está a ser mais competitiva "do que o cenário de onda azul projetado".

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