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Buffett vende ações e bate recorde de dinheiro em caixa
Oráculo de Ohama desinvestiu de empresas cotadas e tem comprado títulos do Tesouro. A sua empresa tem agora em caixa 146,5 mil milhões de euros.
Warren Buffett, o chamado Oráculo de Omaha, está com dificuldade em encontrar investimentos atrativos. Em resultado desta escassez, a Berkshire Hathaway, detida pelo multimilionário norte-americano, em vindo a intensificar a venda de participações em empresas cotadas.
Por isso, o montante de dinheiro em caixa da empresa disparou durante o terceiro trimestre em quase 10 mil milhões de dólares (9,3 mil milhões de euros), atingindo um recorde de 157,2 mil milhões de dólares (146,5 mil milhões de euros), de acordo com os resultados divulgados no sábado.
Só neste período, a "holding" de Buffett vendeu mais de cinco mil milhões de dólares em ações dos Estados Unidos e estrangeiras. Estas vendas, segundo cálculos do Financial Times, elevam os desinvestimentos Berkshire Hathaway em ações cotadas para quase 40 mil milhões de dólares ao longo do último ano.
O petróleo foi um dos setores ao qual reduziu a exposição, tendo vendido mais de 12 milhões de ações da Chevron. Mas não só. A Berkshire diminuiu a participação na Apple em mais de 20 mil milhões de dólares ao longo dos últimos três meses, período durante o qual as ações da fabricante do Iphone se desvalorizaram mais de 12%. Somadas todas as movimentações, o valor do portefólio de ações da Berkshire diminuiu para 319 mil milhões de dólares em comparação com os 353 mil milhões de dólares no final de junho.
A venda de ações tem servido para a Berkshire Hathaway aumentar a sua liquidez, o que lhe dá capacidade acrescida para apostas futuras, mas também para adquirir títulos do Tesouro norte-americanos.
A Berkshire, salienta o Financial Times, tem sido uma das grandes beneficiárias do aumento das taxas de juro nos EUA, que ultrapassaram os 5 % este ano. O rendimento de juros que a empresa de Warren Buffett obteve com os seus investimentos em seguros subiu para 1,7 mil milhões de dólares no período de três meses, elevando o montante para 5,1 mil milhões de dólares ao longo dos últimos 12 meses. Este valor superou o total de juros que a Berkshire obteve com as suas reservas de dinheiro nos três anos anteriores combinados. "As taxas são atrativas aqui e parece que cria um obstáculo ou um desincentivo para aplicar o dinheiro se puder ganhar 4% sem risco", disse ao jornal inglês Jim Shanahan, analista da Edward Jones.
No período referido, os negócios operacionais da empresa, que abrangem a ferrovia BNSF, a seguradora Geico e o fabricante de peças de aeronaves Precision Castparts, reportaram um aumento de 41% nos lucros para 10,8 mil milhões de dólares. Os ganhos foram impulsionados pela unidade de seguros, que registou fortes lucros de subscrição de 2,4 mil milhões de dólares, compensando a fraqueza na BNSF e reservas para perdas associadas a litígios por incêndios florestais.