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Brisa paga 2,375% para emitir 300 milhões a 10 anos
O custo da emissão de obrigações a 10 anos situou-se em 2,375%, uma taxa bem inferior ao custo de financiamento da República Portuguesa.
A Brisa Concessão Rodoviária esteve no mercado esta quarta-feira, 3 de Maio, com uma emissão de dívida sénior. Os títulos têm uma maturidade de 10 anos e, em comunicado à CMVM, a empresa diz que concretizou a emissão com um cupão anual de 2,375%.
A concessionária de auto-estradas consegue assim financiar-se a taxas bem inferiores às da República Portuguesa, que a 8 de Março pagou 3,95% para colocar obrigações a 9 anos.
"A emissão foi concretizada com grande sucesso, como se comprova pelo facto de a procura ter superado a oferta em mais de 10 vezes. De realçar ainda o facto de mais de 95% dos investidores serem internacionais, com especial destaque para os investidores do Reino Unido, Alemanha e França", sublinha o comunicado.
Os títulos que a Brisa está a emitir pagam um cupão fixo anual e os bancos responsáveis pela colocação são o Barclays, CaixaBI, Deutsche Bank, Millennium BCP, Novo Banco, Santander e SocGen.
A Brisa tem uma notação financeira de Baa3 por parte da Moody’s e de BBB por parte da Fitch, beneficiando de um "rating" superior ao de Portugal e acima de "lixo" para se financiar no mercado.
Em Março do ano passado a Brisa tinha efectuado uma emissão obrigacionista a 7 anos, no montante de 300 milhões de euros, com uma taxa de cupão de 2%.
Mais recentemente, em Junho, tinha efectuado uma emissão de 120 milhões de euros a taxa variável, e avançado com o exercício antecipado da opção de compra sobre a emissão obrigacionista com maturidade em 2020, também no montante de 120 milhões de euros.
Este ano a empresa tem agendado o reembolso de apenas 39 milhões de euros ao BEI, mas para 2018 chega à maturidade uma emissão de 300 milhões de euros, que corresponde exactamente ao montante da dívida que está agora a emitir.
A Brisa chegou ao final de 2016 com uma dívida líquida de 2.097 milhões de euros, mais 7% do que no ano anterior, embora o rácio da dívida sobre o EBITDA tenha melhorado de 5,3 para 5,25 vezes.
O custo médio anual da dívida baixou em 2016 para 3,3%.