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Brisa paga menos de 2,5% para emitir 300 milhões a 10 anos

O custo da emissão de obrigações a 10 anos situou-se em 2,4%, uma taxa bem inferior ao custo de financiamento da República Portuguesa.

03 de Maio de 2017 às 09:53
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A Brisa Concessão Rodoviária esteve no mercado esta quarta-feira, 3 de Maio, com uma emissão de dívida sénior. Os títulos têm uma maturidade de 10 anos e, de acordo com a Bloomberg, vão pagar uma taxa de juro equivalente a um prémio de 160 pontos base acima da taxa de juro "mid swap" da Zona Euro.

 

Esta taxa a 10 anos está hoje nos 0,79%, pelo que a empresa de auto-estradas, irá pagar uma taxa de juro em redor de 2,4%.

A taxa ficou bem abaixo do previsto inicialmente, já que no arranque da emissão o "spread" proposto estava nos 185 pontos base. A Brisa terá beneficiado com a forte procura destes títulos, já que ascendeu a 3,4 mil milhões de euros, mais de 11 vezes o montante em oferta.

 

A concessionária de auto-estradas consegue assim financiar-se a taxas bem inferiores às da República Portuguesa, que a 8 de Março pagou 3,95% para colocar obrigações a 9 anos.

 

Os títulos que a Brisa está a emitir pagam um cupão fixo anual e os bancos responsáveis pela colocação são o Barclays, CaixaBI, Deutsche Bank, Millennium BCP, Novo Banco, Santander e SocGen.

 

A Brisa tem uma notação financeira de Baa3 por parte da Moody’s e de BBB por parte da Fitch, beneficiando de um "rating" superior ao de Portugal e acima de "lixo" para se financiar no mercado.

 

Em Março do ano passado a Brisa tinha efectuado uma emissão obrigacionista a 7 anos, no montante de 300 milhões de euros, com uma taxa de cupão de 2%.

 

Mais recentemente, em Junho, tinha efectuado uma emissão de 120 milhões de euros a taxa variável, e avançado com o exercício antecipado da opção de compra sobre a emissão obrigacionista com maturidade em 2020, também no montante de 120 milhões de euros.

 

Este ano a empresa tem agendado o reembolso de apenas 39 milhões de euros ao BEI, mas para 2018 chega à maturidade uma emissão de 300 milhões de euros, que corresponde exactamente ao montante da dívida que está agora a emitir.

 

A Brisa chegou ao final de 2016 com uma dívida líquida de 2.097 milhões de euros, mais 7% do que no ano anterior, embora o rácio da dívida sobre o EBITDA tenha melhorado de 5,3 para 5,25 vezes.

 

O custo médio anual da dívida baixou em 2016 para 3,3%.

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