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BP atolada em maré negra de mínimos

A cotação da BP, a braços com uma maré negra no Golfo do México, caiu hoje para mínimos de 20 meses, numa altura em que o governo norte-americano pressiona a petrolífera britânica no sentido de conter a pior fuga de petróleo da história dos Estados Unidos.

09 de Junho de 2010 às 18:04
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A cotação da BP, a braços com uma maré negra no Golfo do México, caiu hoje para mínimos de 20 meses, numa altura em que o governo norte-americano pressiona a petrolífera britânica no sentido de conter a pior fuga de petróleo da história dos Estados Unidos.

A empresa tem 72 horas para apresentar um plano de recuperação do crude já derramado, por solicitação da guarda costeira dos EUA. A situação é bastante grave e, numa entrevista ao Negócios, o economista canadiano Jeff Rubin disse que, na época dos furacões (que já começou naquela região), poderá até chover petróleo em Nova Orleães.

A BP esteve hoje a ceder 6,95%, para 380,50 pence, o nível mais baixo desde Outubro de 2008, depois de ontem já ter caído 5%. A petrolífera fechou a negociar nos 391,55 pence, a perder 4,24%.

Desde 20 de Abril, dia em que a plataforma Deepwater Horizon explodiu no Golfo do México, danificando um poço que desde então tem estado a derramar crude (fala-se num vazamento de 25.000 barris por dia), as cotações da BP acumulam uma desvalorização de 41%.

Obama teria despedido CEO da BP

O presidente norte-americano, Barack Obama, disse ontem que teria despedido o CEO da petrolífera, Tony Hayward, por este ter declarado que queria conter a fuga de crude pelo facto de querer “a sua vida de volta”. Obama afirmou que já se deslocou três vezes ao Golfo do México, na tentativa de apurar responsabilidades, refere a Bloomberg. Só assim, disse Obama, saberá “que rabo chutar”.

O Congresso dos EUA também já escreveu a Hayward, instando-o a deixar de distribuir dividendos e a cancelar uma campanha publicitária nos EUA até concluir os trabalhos de limpeza.

Por outro lado, a guarda costeira norte-americana deu à BP um prazo de 72 horas para apresentar um plano de total recuperação, ininterrupta, do crude derramado.

Maior maré negra de sempre nos EUA

A maré negra no Golfo do México é responsável pelo maior desastre ecológico de sempre dos EUA. Devido à fuga de 25.000 barris por dia no poço afectado, a mancha de óleo é cada vez mais extensa.

Recorde-se que a BP era a empresa que explorava a plataforma Deepwater Horizon que explodiu a 20 de Abril e que afundou dois dias depois, levando consigo 11 trabalhadores.

Tanto a petrolífera britânica como a Transocean, que era a operadora da plataforma, e a Halliburton - que prestava os serviços necessários ao funcionamento da Deepwater – têm estado a perder bastante dinheiro em bolsa. A BP assumiu a tarefa da limpeza, mas não se considera responsável pelo acidente.

Na semana passada, Obama, disse que a comissão presidencial criada para analisar esta maré negra dispunha de seis meses para apresentar as suas conclusões. Além disso, foi aberta uma investigação criminal a este acidente no Golfo do México para averiguar que leis foram violadas com este derrame.

Muitas estimativas independentes falam de uma fuga diária de 25.000 barris por dia, se bem que os números avançados pelo governo apontem para um vazamento de mais de 19.000 barris diários.



Os esforços para conter a fuga de crude

Depois da última tentativa falhada da BP em conter a fuga de petróleo, as perspectivas mais optimistas apontam para uma possível resolução deste desastre em Agosto, altura em que estará já perfurado um poço de emergência que irá tentar estancar este derrame.

No Canadá, por exemplo, é obrigatório que sejam sempre perfurados dois poços, já a prever a eventualidade de um poder ter de servir de tampão ao outro. Não foi isso que aconteceu no Golfo do México e agora terá de se esperar até Agosto para que o segundo poço esteja perfurado.

A ideia é a seguinte: perfurar um poço paralelo que servirá de escoamento (“relief well”). Ou seja, o objectivo é que este poço intercepte o ponto de fuga do poço que está a derramar petróleo.

Depois da intercepção do ponto de fuga num ângulo a muitas centenas de metros abaixo do leito do mar, o poço de drenagem estanca de forma permanente a essa fuga, fechando-a com cimento e lamas pesadas.

O método parece ser a via mais segura de a BP pôr termo a esta fuga, numa altura em que anunciou estar a conseguir recuperar cerca de 5.000 barris por dia do crude que já foi derramado.

A BP já gastou 990 milhões de dólares a tentar responder a esta fuga de enormes proporções e há quem preveja que a empresa britânica possa não sobreviver, até porque ainda terá elevadas multas e indemnizações a pagar.

BP comprou topo de resultados da Google e Yahoo

A petrolífera britânica comprou os principais resultados das pesquisas resultantes dos motores de busca da Google e Yahoo quando a expressão procurada for “oil spill” (derrame de crude/maré negra), anunciou um responsável da BP citado pela Bloomberg.

A ideia é que o primeiro “link” que aparece na busca direccione o cibernauta para o “website” oficial da BP, mais especificamente para uma área intitulada “saiba mais sobre como é que a BP está a ajudar”, referiu a mesma fonte.

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