Os 213 anos de história da Bolsa de Nova Iorque (NYSE) como mercado accionista detido por membros vão terminar na próxima semana.

A maior bolsa do mundo fixou em 7 de Março a data em que irá concluir a sua fusão com a Archipelago Holdings e formar o NYSE Group, uma empresa cotada avaliada em cerca de 10,4 mil milhões de dólares. O acordo conseguiu superar a última dificuldade na segunda-feira, quando a Securities and Exchange Commission (SEC, órgão regulador) concedeu a sua aprovação.

A compra da Archipelago, uma bolsa electrónica sedeada em Chicago, vai ajudar a bolsa nova-iorquina a competir com o Nasdaq e permitirá à NYSE expandir-se para o segmento da negociação de opções. A aprovação da SEC constituiu uma vitória para o presidente executivo da Bolsa de Nova Iorque, John Thain, que defendia a fusão.

«Trata-se de uma desmutualização e fusão destas duas bolsas e qualquer um desses factos, só por si, já seria uma decisão de referência», afirmou Hans Stoll, director do Centro de Investigação dos Mercados Financeiros na Universidade Vanderbilt, no Tennessee. «A desmutualização é talvez ainda mais importante, porque a NYSE, desde a sua criação em 1792, sempre foi uma espécie de clube», acrescentou aquele responsável, citado pela Bloomberg.

A Bolsa de Nova Iorque está a seguir os passos do mercado electrónico Nasdaq, bem como das bolsas de valores norte-americanas de Filadélfia e Chicago, bem como das bolsas asiáticas e europeias, no que diz respeito à conversão de empresa sem fins lucrativos para empresa com fins lucrativos.

Os 1.366 membros da Bolsa de Nova Iorque vão receber uma participação de 70% no NYSE Group e os accionistas da Archipelago ficarão com a posição remanescente. Os títulos do NYSE Group começarão a ser transaccionados no dia 8 de Março.