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BofA considera dívida sénior do NB "atrativa". Alerta para "politização" da recapitalização

O banco de investimento prevê subidas significativas do rating do Novo Banco no futuro. Mas considera "lamentável" a "politização" em torno do mecanismo de capital contingente.

António Ramalho, presidente executivo do Novo Banco, admite recurso aos tribunais por menor injeção de capital pelo Fundo de Resolução.
Tiago Petinga/Lusa
15 de Julho de 2021 às 11:55
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O Novo Banco concluiu esta semana uma emissão de dívida sénior, captando 300 milhões de euros junto de investidores institucionais. Uma operação que é vista como "atrativa" pelo Bank of America (BofA), perante a redução do malparado e regresso aos lucros da instituição. O banco alerta, porém, para o risco de "politização" em torno do mecanismo de capitalização contingente.

"A emissão de dívida sénior oferece uma 'yield' atrativa para a sua maturidade curta e parece ser relativamente atrativa" em comparação com as obrigações seniores de outros bancos europeus, refere Richard Thomas, analista do BofA, numa nota enviada aos clientes a que o Negócios teve acesso. 

Na base desta perspetiva positiva sobre a dívida emitida pelo Novo Banco, para cumprir os rácios de capital no âmbito do MREL, está a "recuperação e a promessa de regresso aos lucros em 2021", justifica o analista. 

"Apesar dos recentes percalços, o Novo Banco parece estar no caminho certo, com a conclusão do plano de reestruturação e regresso aos lucros no primeiro trimestre de 2021", refere, relembrando a meta do banco de atingir um rácio de crédito malparado de 5% e um "cost to income" próximo de 40%. 

Nesse sentido, diz, "antecipamos melhorias significativas do rating para o Novo Banco no futuro".

"Politização" do mecanismo de capital

Há, no entanto, riscos. "A politização do mecanismo de capital contingente [CCA, na sigla em inglês] é lamentável", refere Richard Thomas, frisando que isto "aumenta a incerteza durante a crise pandémica". 

O banco relembra que o banco recebeu até agora 3,3 mil milhões de euros no âmbito deste mecanismo, sendo que a última parcela foi de apenas 317 milhões - e não os quase 600 milhões que o banco tinha pedido. Uma parte, de 112 milhões, está a ser analisada pelo Fundo de Resolução, o que levou o Novo Banco a avançar com uma providência cautelar. Esta ação foi rejeitada pelo tribunal, mas o banco decidiu recorrer.

Com esta injeção, o rácio de capital CET1 do Novo Banco ficou nos 10,9%. Mas a expectativa do BofA é que irá subir para 11,5% com a conclusão do desinvestimento em Espanha, deixando a instituição financeira "numa posição mais confortável". 
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