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BCE volta a subir taxas de juro na Zona Euro em 75 pontos base
O conselho do BCE encontrou-se esta quinta-feira para decidir o futuro da política monetária da região. Para tentar travar a escalada da inflação, colocou a principal taxa de refinanciamento em 2%.
Com efeitos a partir de 2 de novembro, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento avança para 2%, enquanto a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez aumenta para 2,25% e a dos depósitos para 1,5%.
A decisão já era esperada pelo mercado dado que, desde a última reunião do conselho do BCE, a inflação continuou a subir, tendo atingido 9,9% em setembro face ao período homólogo. Já o índice dos gestores de compras (PMI) da indústria transformadora e dos serviços recuaram ambos em agosto. O BCE explica que a estratégia de subida dos juros visa reduzir o apoio à procura e prevenir o risco de uma persistente deslocação em sentido ascendente das expectativas de inflação.
Após três mudanças, o banco central "espera continuar a aumentar as taxas de juro" para "assegurar o retorno atempado da inflação ao seu objetivo de 2% a médio prazo". O conselho baseará, contudo, a trajetória futura das taxas de juro diretoras na "evolução das perspetivas de inflação e económicas, seguindo a sua abordagem reunião a reunião."
Além da subida dos juros, o conselho do BCE vai igualmente alterar os termos e as condições da terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (TLTRO III). As taxas de juro aplicáveis vão ser ajustadas a partir de 23 de novembro e os bancos terão datas adicionais de reembolso antecipado voluntário.
"Durante a fase crítica da pandemia, este instrumento foi crucial para contrariar os riscos em sentido descendente para a estabilidade de preços. Atualmente, devido à subida inesperada e extraordinária da inflação, este instrumento necessita de ser recalibrado para assegurar a compatibilidade com o processo mais geral de normalização da política monetária e reforçar a transmissão dos aumentos das taxas diretoras às condições de financiamento bancário", explica.
Por último, no sentido de alinhar mais estreitamente a remuneração das reservas mínimas obrigatórias detidas pelas instituições de crédito junto do Eurosistema com as condições no mercado monetário, o conselho decidiu ainda que as reservas mínimas serão remuneradas à taxa de juro da facilidade permanente de depósito do BCE.
(Notícia atualizada às 13:25)