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BCE vai acabar com compras líquidas de dívida no terceiro trimestre

A autoridade monetária europeia decidiu acelerar a retirada de estímulos, no encontro desta quinta-feira do Conselho do BCE. As "yields" das dívidas da zona euro inverteram para terreno negativo após ser conhecida a estratégia.

EPA
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O Banco Central Europeu (BCE) vai acabar com as compras líquidas de dívida pública e privada no âmbito do programa regular de aquisições no terceiro trimestre do ano devido à escalada da inflação na zona euro. A decisão foi tomada esta quinta-feira pelo Conselho de Governadores, que acelera assim a retirada de estímulos monetários na região.

"Na reunião de hoje, o Conselho do BCE considerou que os novos dados conhecidos desde a última reunião reforçam as expetativas de que as compras líquidas no programa de compra de ativos deverão ser finalizadas no terceiro trimestre", refere o comunicado divulgado pelo supervisor.


Após o fim do Programa de Emergência Pandémica (PEPP, na sigla em inglês) em março, continua a decorrer o programa regular de compra de ativos (APP), mas também este já estava a ser alvo de recuo. Atualmente, as compras estão a ser conduzidas a um ritmo mensal de 40 mil milhões de euros, passando depois para 30 mil milhões em maio e 20 mil milhões em junho.

Para o terceiro trimestre, será feita uma recalibragem da evolução da situação. Caso terminem as compras líquidas, manter-se-ão apenas os reinvestimentos de títulos que atingem as maturidades. "Olhando para o futuro, a política monetária do BCE irá depender dos dados que vão sendo conhecidos e da evolução da avaliação feita pelo Conselho do BCE ao 'outlook'", explica.

Após o anúncio das decisões tomadas no encontro desta quinta-feira, o euro cede e as dívidas da zona euro inverteram a tendência, com as "yields" a recuarem ligeiramente. A taxa das Bunds alemãs a 10 anos cai para 0,76%, a francesa para 1,244%, a espanhola para 1,682% e a italiana para 2,364%. A "yield" da dívida portuguesa com a mesma maturidade alivia 2,1 pontos base para 1,735%.

"Nas atuais condições de elevada incerteza, o Conselho do BCE irá manter opcionalidade, gradualismo e flexibilidade na condução da política monetária. O Conselho do BCE irá tomar qualquer ação que seja necessária para cumprir o mandato do BCE de perseguir a estabilidade de preços e contribuir para a salvaguarda da estabilidade financeira", aponta o BCE.

A autoridade liderada por Christine Lagarde sublinha ainda que está pronta a mexer com todos os instrumentos disponíveis, incluindo não só as compras de dívida como as operações de refinanciamento a baixos custos ou os juros, que se mantiveram em mínimos históricos.

A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito continuarão em 0%, 0,25% e -0,50%, respetivamente. "Dentro do mandato do Conselho do BCE, sob condições de stress, a flexibilidade irá manter-se como um elemento da política monetária sempre as ameaças à transmissão da política monetária ameacem a estabilidade dos preços", acrescenta.

(Notícia atualizada às 13:20)

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