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BCE sobe juros em Setembro de 2019? Euro e juros reagem
A expectativa de que pode haver um aumento dos juros em Setembro do próximo ano é cada mais real para os mercados. O euro já ultrapassou os 1,17 dólares e os juros dos países europeus estão a subir.
Quando Mario Draghi anunciou o fim dos estímulos deixou claro que os juros vão ficar intactos até, pelo menos, ao Verão de 2019. Ou seja, ficou em aberto uma subida em Setembro, mas a expectativa dos mercados apontava para Dezembro. No entanto, a notícia da Bloomberg de que há membros do Banco Central Europeu (BCE) a achar que é tarde mudou a expectativa dos investidores.
"O Conselho de Governadores espera que as taxas de juro directoras do BCE se mantenham nos actuais níveis pelo menos ao longo do Verão de 2019 e, em qualquer caso, por quanto tempo for necessário para assegurar que a evolução da inflação permanece alinhada com as actuais expectativas de um ajustamento sustentado", lia-se no comunicado divulgado a 14 de Junho. A expectativa dos investidores era de que o presidente do BCE fosse dar o primeiro passo em Dezembro de 2019.
Anteriormente, os investidores estimavam em menos de 70% a probabilidade de haver uma subida dos juros em Setembro do próximo ano. Após a notícia, a probabilidade já era de 82%. Depois de um primeiro trimestre de desaceleração, os últimos dados económicos mostram que, principalmente em Junho, a economia está a voltar a acelerar o seu ritmo de crescimento, o que dará mais argumentos a quem quer uma normalização da política monetária.
No mercado da dívida os juros também estão a subir. A taxa de juro da dívida portuguesa a dez anos sobe 2,4 pontos base para os 1,78%. Os juros italianos aumentam 4,2 pontos base para 2,696%, os juros alemães sobem 3,1 pontos base para 0,33%, os juros franceses agravam-se em 3,1 pontos base para 0,676% e os juros espanhóis aumentam 3,4 pontos base para 1,333%.
De acordo com a Bloomberg, há três membros 'falcão' (hawkish) - têm como principal prioridade manter a inflação baixa, apertando a política monetária de forma a não criar distorções nos mercados accionistas - do Banco Central Europeu que vão falar esta quinta-feira. "[Yves Mersch, Ewald Nowotny e Jens Weidmann] Três dos mais falcões dos membros do BCE devem enfatizar a necessidade de haver uma normalização mais rápida da política [monetária]", escrevem os analistas do Commerzbank, Christoph Rieger e Michael Leister, numa nota aos clientes citada pela agência de informação financeira norte-americana.