Notícia
Bancos centrais injetaram 10 biliões desde início da pandemia. Daria 1.300 dólares a cada cidadão do mundo
Os quatro maiores bancos centrais do mundo, onde se inluem as instituições dos EUA, da Europa, do Japão e da China, foram responsáveis pela injeção de 10 biliões de dólares nas respetivas economias.
10 biliões ou 10.000.000.000.000 dólares. Estes treze zeros à direita do número 1 representam a quantidade de dinheiro que apenas os quatro maiores bancos centrais em todo o mundo injetaram nas respetivas economias desde que a pandemia da covid-19 começou, em março de 2020, para ampararem as previsíveis consequências que daqui advinham.
Em causa estão apenas as ações da Reserva Federal dos EUA (Fed), do Banco Central Europeu (BCE), do Banco do Japão (BoJ) e do Banco Popular da China (PBOC). Só os primeiros dois, liderados por Jerome Powell e Christine Lagarde, respetivamente, são responsáveis por 80% da emissão de todo este montante, numa das eras mais exigentes sobre a política monetária da história.
Este montante total daria cerca de 1.300 dólares a cada homem, mulher e criança do mundo, de acordo com os cálculos da Bloomberg, caso o dinheiro fosse entregue diretamente às pessoas. Uma medida que o atual quadro da política monetária mundial não prevê, a não ser que se adotasse uma das posturas mais agressivas neste campo conhecida como "helicopter money", que consiste, precisamente, em entregar o dinheiro às famílias e empresas, diretamente.
Todo este montante emitido pelos bancos centrais, que exclui a grande maioria, serviram para comprar dívida - apenas em alguns casos de forma direta aos países como Inglaterra ou Indonésia (a chamada monetização de dívida) - e uma panóplia grande de outros ativos que depois ficam no balanço dos bancos centrais e que que têm sido fundamentais para manter a economia relativamente equilibrada, até ao momento.
Mas é nos mercados financeiros que este apoio mais se tem feito sentir. O índice S&P 500, a referência nos EUA, já mais do que duplicou o seu valor face aos mínimos atingidos em março do ano passado, quando a pandemia provocou um "crash". Desde então acumula uma valorização de 102%. Na Europa, o Stoxx 600, que acumula as 600 maiores empresas do continente, tem uma subida de 80% face aos mesmo mínimos.
Não só no mercado de ações, como também no mercado secundário de dívida, onde os juros dos países renovaram mínimos históricos por diversas vezes. Os juros de Portugal a dez anos, por exemplo, chegaram a negociar em patamar negativo este ano, quando ainda há menos de 10 anos, em 2012, estavam acima do patamar dos 16%. Agora, os especialistas dizem ser difícil voltar a um nível abaixo de 0%.
O foco atual está na forma como estas autoridades bancárias irão fazer o desmame de toda esta dívida acumulada. As atas da última reunião da Reserva Federal dos EUA, divulgadas hoje, estão a centrar uma atenção que é pouco comum neste tipo de documento, uma vez que os agentes do mercado estão ansiosos por saber quais os próximos passos que a Fed irá dar rumo à retirada de estímulos, que deverá ser anunciada ainda este ano, de acordo com o banco central.
No BCE esse tema continua menos presente do que nos EUA, uma vez que as condições económicas estão menos favoráveis a uma retirada, mas já há quem preveja o seu fim. Um inquérito elaborado pela Reuters mostrou que 70% dos economistas que participaram olha para uma saída dos estímulos depois da reunião de setembro. No mês passado, só 63% previam este desfecho.
Em causa estão apenas as ações da Reserva Federal dos EUA (Fed), do Banco Central Europeu (BCE), do Banco do Japão (BoJ) e do Banco Popular da China (PBOC). Só os primeiros dois, liderados por Jerome Powell e Christine Lagarde, respetivamente, são responsáveis por 80% da emissão de todo este montante, numa das eras mais exigentes sobre a política monetária da história.
Todo este montante emitido pelos bancos centrais, que exclui a grande maioria, serviram para comprar dívida - apenas em alguns casos de forma direta aos países como Inglaterra ou Indonésia (a chamada monetização de dívida) - e uma panóplia grande de outros ativos que depois ficam no balanço dos bancos centrais e que que têm sido fundamentais para manter a economia relativamente equilibrada, até ao momento.
Mas é nos mercados financeiros que este apoio mais se tem feito sentir. O índice S&P 500, a referência nos EUA, já mais do que duplicou o seu valor face aos mínimos atingidos em março do ano passado, quando a pandemia provocou um "crash". Desde então acumula uma valorização de 102%. Na Europa, o Stoxx 600, que acumula as 600 maiores empresas do continente, tem uma subida de 80% face aos mesmo mínimos.
Não só no mercado de ações, como também no mercado secundário de dívida, onde os juros dos países renovaram mínimos históricos por diversas vezes. Os juros de Portugal a dez anos, por exemplo, chegaram a negociar em patamar negativo este ano, quando ainda há menos de 10 anos, em 2012, estavam acima do patamar dos 16%. Agora, os especialistas dizem ser difícil voltar a um nível abaixo de 0%.
O foco atual está na forma como estas autoridades bancárias irão fazer o desmame de toda esta dívida acumulada. As atas da última reunião da Reserva Federal dos EUA, divulgadas hoje, estão a centrar uma atenção que é pouco comum neste tipo de documento, uma vez que os agentes do mercado estão ansiosos por saber quais os próximos passos que a Fed irá dar rumo à retirada de estímulos, que deverá ser anunciada ainda este ano, de acordo com o banco central.
No BCE esse tema continua menos presente do que nos EUA, uma vez que as condições económicas estão menos favoráveis a uma retirada, mas já há quem preveja o seu fim. Um inquérito elaborado pela Reuters mostrou que 70% dos economistas que participaram olha para uma saída dos estímulos depois da reunião de setembro. No mês passado, só 63% previam este desfecho.