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A semana em sete gráficos: Bolsas europeias caem em semana de recordes em Wall Street
A guerra comercial voltou a ditar o sentimento dos investidores na semana, que ficou marcada por quedas na Europa, e recordes em Wall Street, impulsionados pelo acordo entre os Estados Unidos e o México.
Acções norte-americanas brilham em semana de perdas na Europa
Esta foi uma semana de contrastes nos mercados accionistas, com a Europa a reflectir o pessimismo dos investidores em torno da guerra comercial promovida pela administração Trump e as bolsas norte-americanas a ganharem terreno, sustentadas pelo acordo entre os Estados Unidos e o México para substituir o NAFTA.
Dos três grandes índices norte-americanos, dois atingiram mesmo máximos históricos durante a semana, o S&P500 e o tecnológico Nasdaq, enquanto o outro, o industrial Dow Jones, alcançou o nível mais alto desde Fevereiro.
Na Europa, o índice de referência, o Stoxx600, perdeu 0,38% na semana, com as descidas a serem lideradas pelo espanhol IBEX.
PSI-20 fecha a semana em mínimos de 15 de Agosto
O principal índice da bolsa nacional, o PSI-20, completou quatro sessões de perdas esta sexta-feira, tendo fechado a semana no valor mais baixo desde 15 de Agosto. Lisboa perdeu 1,36% no acumulado da semana, que foi de perdas generalizadas no Velho Continente.
Em Agosto, a desvalorização do índice nacional ascendeu a 3,51%, o que representa o pior mês desde Janeiro de 2017, e uma performance mais negativa do que a do índice de referência para a Europa, que perdeu quase 2,5%.
Pharol e Mota-Engil lideram perdas na semana
O saldo da semana é positivo para apenas duas cotadas do PSI-20, a Corticeira Amorim e os CTT, sendo que as restantes 16 desvalorizaram no conjunto das últimas cinco sessões. A Corticeira Amorim ganhou 6,48% na semana, enquanto os CTT subiram 1,52%, numa altura em que continuam a beneficiar da diminuição da aposta na queda das acções. A posição a descoberto do capital dos correios baixou para 8,37% do capital, quando há duas semanas era superior a 10%.
Do lado oposto, as descidas semanais foram lideradas pela Pharol (-5,26%) e pela Mota-Engil (-4,29%). A construtora anunciou durante a semana que os seus lucros cresceram 24% no primeiro semestre para 5,74 milhões de euros.
Whitbread dispara com negócio com a Coca-Cola
A Whitbread foi a cotada europeia se destacou do lado das subidas. A empresa britânica disparou 15% na semana, depois de ter fechado um acordo para vender a cadeia Costa Coffee à Coca-Cola por 4 mil milhões de dólares.
A aquisição transformará a Coca-Cola no maior player de cafetarias do Reino Unido, dando-lhe uma posição de relevo numa das categorias de bebidas que mais crescem no mundo. O mercado global de cafetarias vale 165 mil milhões de dólares.
Adiamento de jogo afunda acções da Electronic Arts
Das empresas do S&P500 que fecharam a semana com um saldo negativo, o destaque é da Electronic Arts, que perdeu quase 12% no acumulado das cinco sessões.
A empresa norte-americana que desenvolve e distribui jogos electrónicos foi fortemente penalizada pelo anúncio de que vai adiar por quatro semanas, para 20 de Novembro, o lançamento do jogo Battlefield V, e pelo corte de estimativas para o ano fiscal que termina em Março.
Brent com maior subida mensal desde Abril
O petróleo transaccionado em Londres, o Brent, subiu mais de 2% na semana e completou na sexta-feira a maior valorização mensal desde Abril. A impulsionar as cotações da matéria-prima esteve a descida das reservas de crude dos Estados Unidos e as sanções sobre o Irão, que estão a provocar receios em torno da contracção da oferta.
Pelo contrário, semana foi de perdas para os metais preciosos, com destaque para a prata, que desvalorizou quase 2%, e atingiu valores próximos de mínimos de Fevereiro de 2016.
Juros portugueses voltam a aproximar-se dos 2%
Os juros das obrigações portuguesas completaram, no final da semana, uma série de oito sessões consecutivas de agravamento, penalizados pelo movimento de fuga ao risco, que levou os investidores a afastarem-se não só das acções como também das obrigações.
O movimento foi generalizado entre os países da periferia do euro, com subidas também nos juros de Itália e Espanha. Por cá, a ‘yield’ associada à dívida a dez anos voltou a aproximar-se do patamar dos 2%, enquanto a dívida da Alemanha, considerada um activo de refúgio, beneficiou do movimento.
Nos mercados emergentes, a turbulência prolongou-se, com fortes descidas nas divisas da Turquia e Argentina, as moedas que lideram alista dos piores desempenhos este ano. A Turquia continua envolvida numa disputa diplomática com os Estados Unidos enquanto a sua economia não dá sinais de inversão, e a Argentina está a negociar com o FMI uma antecipação dos fundos acordados no âmbito do acordo para o resgate financeiro.