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República Centro-Africana contraria FMI e adota bitcoin como moeda oficial

A República Centro-Africana adotou a bitcoin como segunda moeda oficial do país, ao lado do franco CFA numa altura em que a inflação atormenta aquele que é um dos países mais pobres do mundo.

230º Bangui (República Centro-Africana)
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A República Centro-Africana foi o segundo país do mundo, a seguir a El Salvador, a declarar a bitcoin como moeda com curso legal.

 

"A bitcoin é agora uma moeda oficial na República Centro-Africana", informou esta quinta-feira Albert Mokpeme, porta-voz do presidente Faustin Archange Touadera.

 

Em declarações à agência Bloomberg, o porta-voz explicou que o país espera "atrair investidores" com este gesto, assim como facilitar as transferências de dinheiro "que às vezes são complicadas neste país".

 
Por explicar fica o real impacto desta medida, já que, segundo o 'site' DataReportal, apenas 11% da população do país - composta por cinco milhões de pessoas - tem acesso à Internet. 

Apesar de deter reservas em ouros e diamantes, a República Centro-Africana é um dos países mais pobres do mundo, vivendo num cenário de guerra desde dezembro de 2020, o que agravou a inflação no país. À taxa de câmbio atual um euro vale 655,957 francos CFA, até então a única moeda com curso legal no país e em outros Estados africanos, como os Camarões.

 

Bitcoin e inflação: um namoro atraente mas perigoso

 

Em setembro do ano passado, El Salvador foi o primeiro país do mundo a adotar a bitcoin como moeda com curso legal.

Um mês depois, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou para os riscos contra a estabilidade financeira que podem assolar sobretudo as economias emergentes, mais tentadas a adotar a "criptoqueen" como moeda oficial.

 

Ainda assim, "a nível global, os riscos de estabilidade financeira parecem contidos por enquanto", salvaguarda o FMI, apelando no entanto a que sejam definidos padrões de regulação global, desde logo no âmbito do G20, o que mitigaria riscos para a estabilidade financeira global.

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