Notícia
"Lamento": Ex-CEO do braço de investimento da FTX confessa fraude de documentos e empréstimos secretos
Até ao momento, dois sócios da FTX e a CEO do braço de investimento do grupo FTX já se consideraram culpados. Já o ex-CEO Sam Bankman-Fried continua a não aceitar os factos ilícitos imputados pelo procurador Nicolas Roos.
A Alameda Research, que era o braço de investimento e análise da colapsada FTX, defraudou balanços de forma a esconder milhares de milhões de dólares emprestados ao CEO do grupo, Sam Bankman-Fried, e outros executivos, confessou em tribunal a ex-líder da Alameda, Caroline Ellison, depois de assumir a culpa (do ponto de vista criminal) pelo colapso da FTX.
"Preparámos balanços trimestrais que esconderam a dimensão dos empréstimos de milhares de milhões de dólares concedidos pela Alameda aos executivos da FTX e outras partes relacionadas", declarou Ellison no tribunal federal de Manhattan, durante uma audiência no passado dia 19 de dezembro, segundo a transcrição publicada esta sexta-feira.
A ex-CEO da Alameda deu ainda conta que tinha concordado com Bankman-Fried neste encobrimento. O novo CEO da FTX, John Ray III, encarregue do processo de reestruturação, já tinha revelado no Senado que Sam Bankman-Fried autorizou vários empréstimos para si próprio e os seus pares, mas não referiu que tinha havido manipulação de documentos relativamente a esta questão.
Wang contou ainda que recebeu ordens para alterar o código de conduta da FTX, para que a Alameda tivesse privilégios especiais dentro do grupo, não tendo no entanto dito quem tinha dado instruções para tal. Além disso, apesar destas mudanças nas regras da empresa, tanto investidores como clientes nunca souberam, segundo o cofundador, que o braço de investimento do gigante cripto tinha estes poderes.
Já o ex-CEO do grupo recusou considerar-se culpado das acusações penais do procurador Nicolas Roos – que considera que Bankman-Fried teceu "uma fraude com proporções épicas"- admitindo apenas que errou em determinadas decisões ligadas à gestão de risco.
O ex-CEO da FTX, considerado um "monge capitalista" pela sua filantropia e conhecido por passar horas fechado no seu escritório onde descansava num puff, está agora em prisão domiciliária preventiva na casa dos pais na Califórnia, depois de ter pago uma fiança após ter sido extraditado das Bahamas para os EUA.