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Bankman-Fried declara-se inocente das acusações de fraude em torno do colapso da FTX

O ex-CEO da FTX declarou-se inocente das acusações feitas pelo procurador Nicolas Roos. Até ao momento, dois sócios da FTX e a CEO do braço de investimento do grupo FTX já se consideraram culpados.

Reuters
03 de Janeiro de 2023 às 19:31
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Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX - a plataforma de negociação de criptomoedas que colapsou em novembro passado -, declarou-se esta terça-feira inocente das acusações de fraude feitas pelo Ministério Público norte-americano.

O ex-CEO é acusado de defraudar investidores e de levantar dinheiro dos clientes detidos na plataforma para a compra de imóveis, o que levou o procurador a classificar os alegados crimes de "fraudes de proporções épicas". Ao todo, Bankman-Fried é acusado de oito crimes, incluindo fraude eletrónica e conspiração tendo em vista lavagem de dinheiro.

 

O "monge capitalista", como era conhecido até então pela sua filantropia, incluindo política, foi extraditado em dezembro das Bahamas, onde residia e onde está constituída a sede da FTX, para os EUA. O empresário foi colocado em prisão domiciliária na casa dos pais, Joseph Bankman e Barbara Fried, depois de ter pago uma multa de 250 milhões de dólares.

 

Até ao momento, e ao contrário de Bankman-Fried, dois membros da cúpula da FTX já se consideraram culpados diante do juiz Lewis Kaplan do tribunal de Manhattan. Numa audiência a 19 de dezembro, a ex-CEO da Alameda Research – o braço de investimento do grupo cripto, Caroline Ellison,  confessou que defraudou balanços de forma a esconder milhares de milhões de dólares emprestados ao CEO do grupo.

 

Também o cofundador da FTX, Gary Wang,  se considerou culpado dos factos imputados e ofereceu-se para cooperar enquanto testemunha - mesmo contra o seu par, Bankman-Fried.

 

Wang contou ainda que recebeu ordens para alterar o código de conduta da FTX, para que a Alameda tivesse privilégios especiais dentro do grupo, não tendo no entanto dito quem tinha dado instruções para tal. Além disso, apesar destas mudanças nas regras da empresa, tanto investidores como clientes nunca souberam, segundo o cofundador, que o braço de investimento do gigante cripto tinha estes poderes.

 

Bankman-Fried, Ellison e Wang também foram processados pelo supervisor financeiro e o regulador para o mercado das "commodites" nos EUA.

 

Até esta quarta-feira, a defesa pode apresentar todas as objeções à acusação do Ministério Público.

Já na esfera cível, a Bloomberg, o Financial Times e a Reuters podem, por determinação do juiz John Dorsey, apresentar argumentos - numa audiência no tribunal de insolvências de Delaware, a 11 de janeiro - para que se publiquem os nomes de todos os clientes lesados pela FTX, momento após o qual o juiz decidirá se essa lista deve ou não ser apresentada. 


(Notícia atualizada às 19:43)
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