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"Crash" cripto: Passivo da FTX supera 10 vezes os ativos

Sam Bankman-Fried colocou à venda um imóvel por 40 milhões de dólares nas Bahamas e já foi interrogado pelas autoridades do país. Do outro lado do xadrez, a Binance anunciou a criação de uma espécie de "fundo de resolução" mas que deixa a FTX de fora.

Bloomberg
14 de Novembro de 2022 às 17:50
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O "crash" no mercado cripto continua ao rubro. Depois do colapso da plataforma FTX, o seu ex-CEO Sam Bankman-Fried colocou à venda um imóvel por 40 milhões de dólares nas Bahamas e já foi interrogado pelas autoridades do país. O dia foi ainda marcado pelo anúncio da criação de uma espécie de "fundo de resolução para o setor" pela Binance, e pela notícia de que o passivo da FTX supera em dez vezes os ativos.

 

A notícia da venda do imóvel é avançada pelo site noticioso Semafor, que dá conta de que esta "penthouse" tem cinco quartos, um elevador privado, piscina e um spa. Fontes próximas do criptomilionário e funcionários da FTX confirmaram ao Semafor que a casa pertence mesmo a SBF, como é conhecido no Twitter o ex-CEO da FTX.

Por outro lado, segundo o Financial Times, na quinta-feira, um dia antes de a FTX anunciar que pediu proteção contra credores ao abrigo do capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA, a FTX detinha 900 milhões de dólares em ativos contra um passivo de 9 mil milhões, segundo documentos a que o diário britânico teve acesso.


No final da semana passada, Sam Bankman Fried renunciou ao cargo de CEO, que passará a ser ocupado por John J. Ray III. Ainda assim, Bankman Fried vai manter-se na empresa, de forma a garantir "uma transição ordenada" para a nova gestão, segundo um comunicado da plataforma cripto no Twitter. O anúncio foi feito em paralelo com a notícia de que a empresa pediu proteção contra credores, dando assim o pontapé de saída para um processo de reestruturação - que, caso falhe, dará origem à insolvência.

 

O mais recente "crash" cripto começou há cerca de uma semana, com uma notícia da Coindesk de que parte significativa do balanço da Alameda Research era composto por FTT, o que levantou preocupações sobre uma possível falta de liquidez.

 

A situação agravou-se com o recuo da Binance numa aquisição que iria resgatar a plataforma e com as alegações de que a FTX usou centenas de milhões de dólares de clientes para financiar investimentos de risco através da Alameda Research. A própria empresa confirmou que houve acesso não autorizado a ativos, mas não avançou com detalhes sobre o montante. As autoridades norte-americanas estão já a investigar o grupo.

 

Binance cria "fundo de resolução", mas FTX fica de fora

 

Depois de ter criado um fundo próprio interno, com provisões para bater potenciais perdas dentro da Binance, a maior plataforma cripto mundo anunciou que quer criar um mecanismo similar para resgatar perdas de outros "players" do mercado cripto. O anúncio foi feito pelo CEO da maior plataforma cripto do mundo, Changpeng Zhao, durante o Business 20, que decorre no âmbito do G20.

 

No entanto, aproveitou o tempo para criticar "os maus atores do mercado" que tentam "cortar custos para crescer rapidamente" e pediu aos líderes do setor para trabalharem com "padrões exigentes" dentro do mercado cripto. Zhao deu ainda sinais de que este fundo não irá intervir no colapso da FTX, ao indicar que "ninguém pode proteger os maus "players".

 

Este domingo, o ex-CEO da FTX foi interrogado pela polícia e pelos reguladores das Bahamas. A equipa de crimes financeiros da polícia com o pelouro da investigação já abriu um processo à parte do procedimento regulatório.

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