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Binance atira bitcoin para a linha dos 15 mil dólares. JPMorgan admite queda livre até aos 13 mil

A bitcoin caiu para a linha vermelha dos 15 mil dólares, mais concretamente os 15.711, 26 dólares, depois de a Binance ter recuado na compra da FTX, à exceção da operação norte-americana.

Pedro Catarino
10 de Novembro de 2022 às 10:21
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Foi um final de quarta-feira dramático no mercado cripto, com o agravamento do movimento de "sell-off", após a Binance ter recuado no acordo para a compra da FTX, à exceção da operação norte-americana.

 

A bitcoin caiu para a linha vermelha dos 15 mil dólares, mais concretamente os 15.711,26 dólares,o que não acontecia desde março de 2020. Atualmente o custo de produção desta moeda está estimado em 15 mil dólares. O JPMorgan traça um cenário ainda mais pessimista e aponta que a "cryptoqueen" afunde para os 13 mil dólares.

 

"Perante a auditoria levada a cabo, bem como as mais recentes notícias sobre alegadas investigações da autoridades norte-americanas sobre os ativos dos clientes [da FTX], decidimos que não iremos prosseguir com a potencial aquisição da FTX.com", avançou esta quarta-feira a Binance na conta oficial no Twitter.

 

"No início, a nossa esperança era poder apoiar os clientes da FTX a fornecer liquidez, mas estas questões estão fora do nosso controlo ou da nossa capacidade de ajudar", acrescentou a maior plataforma cripto do mundo.

 

O "tweet" da Binance confirmou assim a notícia avançada pela Bloomberg de que seria pouco provável que o processo de aquisição avance dado o "buraco" financeiro com que se deparou a equipa da Binance ao estudar as contas da FTX, segundo uma fonte conhecedora do processo citada pela agência.

 

O prejuízo estará "na casa dos mil milhões de dólares, que pode ser superior a seis mil milhões de dólares". Além do alegado prejuízo, o CEO Zhao Changpeng enfrenta a pressão dos supervisores. O regulador financeiro norte-americano (SEC) e a Comissão de Negociação de Futuros de "Commodities" (CFTC) estão a investigar a forma como a FTX geriu os ativos dos clientes. Os reguladores estão ainda a investigar a relação interorgânica entre a FTX.com a FTX EUA assim como com a Alameda Research.

 

A derrocada da FTX já teve impacto noutras entidades. A Sequoia Capital, que investiu 214 milhões nas operações internacionais e norte-americana na FTX, reduziu a sua participação na FTX.com e na FTX EUA.

 

Por sua vez, um "player" menor, a Multicoin Global, informou também os investidores, segundo a Bloomberg, que 10% dos ativos sob gestão foram afetados. "Infelizmente não conseguimos retirar todos os ativos da FTX", lamentou.

 

A agência de informação norte-americana adianta ainda que esta quarta-feira Bankam Fried reuniu-se com investidores para proferir um ultimato: ou a FTX.com recebe uma injeção de capital ou acabará por entrar em insolvência.

 

A capitalização do mercado das criptomoedas continua em baixa, mas aliviou as perdas, seguindo a cair 4,9% para 837,52 mil milhões de dólares. A bitcoin aliviou também para os 16.687,82 dólares. No epicentro desta crise, a FTT, a moeda do braço de investimento da FTX, a Alameda Research, já tombou 35,28% nas últimas 24 horas.

 

Bitcoin pode cair para os 13 mil dólares

Os estrategas do JPMorgan alertam que a "cascata de margin calls" que está por vir, fruto de um exercício excessivo de alavancagem pode atirar a bitcoin para a fasquia dos 13 mil dólares. "Atualmente, o custo de produção está na linha dos 15 mil dólares, mas é provável uma queda para 13 mil dólares durante os meses de verão", escrevem os especialistas citados pela Bloomberg.

 

Para o JPMorgan, o mais preocupante neste colapso é o facto de que "o número de entidades com balanços mais fortes capazes de resgatar outras com baixo capital e alta alavancagem está a diminuir".

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