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Só 5% dos créditos para a casa em 2024 superaram os 300 mil euros

O número de empréstimos para habitação própria permanente cresceu no ano passado, tendo mais de metade um valor igual ou inferior a 130 mil euros. Os estrangeiros voltam a ganhar peso no total dos contratos, em especial no que diz respeito a segundas casas.

DR
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Foram fechados 2,2 milhões de novos contratos de crédito em Portugal no ano passado, com 1,7 milhões de pessoas, num total de 29 mil milhões de euros. Só para habitação própria permanente foram 90 mil contratos - mais 32% do que em 2023 -, mas a grande maioria com valores inferiores a 300 mil euros.

Os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal indicam que, em 2024, foram celebrados 90 mil contratos de crédito à habitação própria permanente, mais 32% do que em 2023, envolvendo 138 mil pessoas. Metade destes novos empréstimos tinha um valor igual ou inferior a 130 mil euros, enquanto dois terços envolviam montantes entre os 50 mil e os 200 mil euros. Apenas 5% superaram os 300 mil euros.

A caraterização sociodemográfica das pessoas que contraíram empréstimo junto das instituições financeiras residentes feita pelo supervisor mostra que 80% das pessoas que obtiveram crédito à habitação própria e permanente trabalhavam por conta de outrem e 53% tinham um nível de escolaridade superior. Quanto à localização, 22% residiam na Grande Lisboa e 18% na Área Metropolitana do Porto.

No ano em que o Governo avançou com as primeiras medidas de incentivo aos jovens - apesar de a garantia pública só ter avançado no início deste ano, desde agosto que está em vigor a isenção de impostos como o IMT, o imposto do selo e emolumentos - 43% dos devedores tinham entre 18 e 35 anos, mais dois pontos percentuais do que em 2023.

Considerando o total de novos créditos concedidos (os referidos 2,2 milhões de novos contratos), o Banco de Portugal explica que "o número de novos contratos foi semelhante ao de 2023, mas o montante total aumentou 26%". Do total, 61% das pessoas envolvidas eram trabalhadores por conta de outrem e 41% tinham um nível de escolaridade equivalente ao ensino secundário.

Os estrangeiros voltam a estar, tal como no ano passado, em destaque. "O peso dos devedores estrangeiros no total de pessoas que obtiveram novos créditos voltou a subir, passando de 13%, em 2023, para 14% em 2024. Nestes dois anos, metade daqueles devedores tinha nacionalidade brasileira", indica, apontando em especial para as segundas casas.

No universo de outro crédito à habitação (que inclui contratos de crédito para aquisição, construção ou realização de obras em habitação secundária ou para arrendamento, bem como para aquisição de terrenos para construção de habitação), 30% dos devedores eram estrangeiros, sobretudo originários do Brasil (15%), dos EUA (14%) e de Angola (13%). Considerando apenas os devedores estrangeiros que residiam fora de Portugal, este valor reduz-se para 23%.

Estas pessoas estão, contudo, a pedir montantes mais baixos. Já que, em termos de valor, os devedores estrangeiros foram responsáveis por 45% do montante total do outro crédito à habitação contratado, o que compara com 50% em 2023.


No que diz respeito ao crédito pessoal, 593 mil pessoas fizeram novos contratos em 2024, metade dos quais de valor igual ou inferior a 3,5 mil euros. Foram ainda celebrados 224 mil contratos de crédito automóvel no ano passado, um crescimento de 12% relativamente a 2023. Dos novos contratos de crédito automóvel, 74% foram inferiores a 20 mil euros e apenas 1% superou os 50 mil euros. Nestes casos, 9% do crédito pessoal e 13% do crédito automóvel foi concedido a estrangeiros.

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