O Presidente russo, Vladimir Putin, exige a suspensão total do envio de armas à Ucrânia como condição para aceitar o cessar-fogo de 30 dias proposto por Donald Trump.

A exigência russa foi revelada por fontes próximas do Kremlin e faz parte da negociação para uma possível trégua no conflito que já dura há três anos, indica a Bloomberg. Além da suspensão das entregas de armas, Moscovo pretende que a Ucrânia aceite limitações à sua capacidade militar no longo prazo.

Os dois líderes vão falar ao telefone esta terça-feira para discutir os termos da trégua. A Ucrânia já manifestou disponibilidade para aceitar o cessar-fogo, mas insiste que a sua soberania não pode ser comprometida e que qualquer acordo de paz deve incluir a retirada total das tropas russas.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, afirmou, citada pela Reuters, que Kiev acredita ser possível alcançar uma paz justa sob a liderança de Trump, mas advertiu que a segurança do país depende da continuidade do apoio militar dos aliados ocidentais.

A administração Trump já indicou disposição para fazer concessões a Moscovo, incluindo o reconhecimento do controlo russo sobre territórios ocupados e a exigência de que Kyiv abandone as suas aspirações de adesão à NATO. Estes pontos geram preocupação entre aliados europeus, que temem que um acordo negociado diretamente entre Washington e Moscovo possa enfraquecer a posição ucraniana no longo prazo.

A chamada entre Trump e Putin poderá ser decisiva para determinar se há espaço para um acordo de paz ou se o impasse se prolongará. Além do cessar-fogo, um dos temas críticos da conversa será o futuro da central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, atualmente ocupada pela Rússia.