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Nova almofada financeira deverá subir requisitos de fundos próprios do BCP em 26 pontos base

A estimativa é do próprio banco, que já tinha deixado claro que a nova medida imposta pelo Banco de Portugal, para mitigar o risco de crédito, não iria ter impacto nem na remuneração acionista, nem nos investimentos.

Duarte Roriz / Cofina Media
17 de Novembro de 2023 às 10:06
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A nova almofada financeira criada pelo Banco de Portugal (BdP) para mitigar o risco de crédito deverá aumentar os requisitos de fundos próprios do BCP em 26 pontos base, segundo a estimativa do próprio banco liderado por Miguel Maya, enviada esta sexta-feira, 17 de novembro, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No comunicado entregue ao supervisor, a instituição financeira começa por explicar que "foi notificado pelo Banco de Portugal sobre a decisão de implementação de uma reserva para risco sistémico setorial, que visa reforçar a resiliência do sector bancário face a uma deterioração das condições económicas e/ou correção significativa inesperada dos preços do imobiliário residencial".

E continua, destacando que "esta decisão de imposição desta medida que visa a constituição de uma reserva para risco sistémico setorial se traduziria em base proforma num aumento estimado dos requisitos de fundos próprios em 26 pontos base".

Os bancos em Portugal vão ter de criar uma nova almofada financeira para acautelar riscos relacionados com crédito à habitação. A medida, anunciada esta quarta-feira pelo BdP diz respeito a uma reserva de 4% do total da carteira de empréstimos a particulares que tenha imóveis como colateral e será revista a cada dois anos.

No arranque serão abrangidos quatro instituições financeiras – que contam com avaliações específicas do risco - e que terão de pôr de lado 400 milhões de euros: BCP, Novo Banco, BPI e Santander Portugal. Em conjunto, estes representam 60% do crédito à habitação no país. 

As almofadas que terão de ser criadas variam, consoante a instituição financeira, entre os 50 e os 150 milhões de euros num total de 400 milhões de euros. Este valor terá de estar reservado a 1 de outubro de 2024.

Esta quinta-feira, durante a conferência "Banca do Futuro" organizada pelo Negócios, o CEO do BCP já tinha deixado claro que no caso deste banco, esta almofada "não vai alterar absolutamente nada – nem dividendos nem investimentos – porque já temos isso incorporado".

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