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Máximo dos Santos: "É inútil diabolizar" crédito ao consumo
O vice-governador do Banco de Portugal afirma que o crédito ao consumo está "enraizado" em todas as economias desenvolvidas e que é necessário fiscalizá-lo.
Luís Máximo dos Santos, vice-governador do Banco de Portugal (BdP), afirma que o crédito ao consumo tem implicações económicas e sociais, estando, por isso, "enraizado" em todas as economias desenvolvidas. Nesse sentido, o responsável diz que é "inútil diabolizá-lo". É, sim, necessário, regular e fiscalizar para "prevenir o risco sistémico".
"O crédito ao consumo está associado a um modelo de sociedade que coloca o consumo como valor central", afirma Máximo dos Santos na apresentação do estudo da Nova SBE sobre o "impacto do crédito ao consumo na economia portuguesa", esta terça-feira, 25 de junho, em parceria com a Associação de Instituições de Crédito Especializado.
O crédito ao consumo, continua, tem "largas implicações económicas e sociais, encontrando-se enraizado em todas as economias desenvolvidas". É, por isso, "inúltil diabolizá-lo".
"É preciso regular e fiscalizar de maneira a proteger os clientes e prevenir risco sistémico", nota o vice-governador do BdP, além de ser preciso estudar o tema do crédito ao consumo, tanto nas vertentes económicas, jurídicas e regulatórias, mas também na vertente social.
Aumento do crédito está a abrandar, à boleia do BdP
Máximo dos Santos afirma, com base em números do banco central, que em 2018 a concessão do crédito ao consumo manteve a tendência de crescimento que regista desde 2013. Ainda assim, "o aumento foi inferior ao verificado nos anos anteriores": aumentou 10,1% face a 2017, abaixo dos 12% registados nesse ano e dos 17,5% em 2016.
"Este abrandamento coincidiu com a entrada em vigor da medida macroprudencial" aplicada pelo BdP, nota o vice-governador, garantido que este abrandamento "não é de todo uma má notícia porque as taxas de crescimento eram manifestamente elevadas".
BdP recebeu mais de 5.000 pedidos dos intermediários de crédito
Sobre a tendência de crescimento das entidades de crédito especializado, Máximo dos Santos nota que estas foram responsáveis por 57% do crédito concedido no ano pasado.
O responsável refere ainda que, desde o início do ano, o BdP recebeu 5.988 pedidos de autorização para o exercício da atividade de intermediário de crédito. Destes processos, 995 foram recusados pelo banco liderado por Carlos Costa.
(Notícia atualizada às 12:34 com mais informação)