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Juros no crédito à habitação superam 1% pela primeira vez desde julho de 2020

A taxa de juro disparou em março para máximos de julho de 2020, a acompanhar o movimento de subida das taxas Euribor nos mercados.

A grande maioria das casas em Portugal foram construídas nos anos 80 e precisam de ser renovadas, diz a Casavo.
Sérgio Lemos
05 de Maio de 2022 às 12:02
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O movimento de subida das Euribor nos mercados já está a refletir-se nos custos dos novos créditos da casa. A taxa de juro média dos novos empréstimos superou, em março, 1%, o que não acontecia desde julho de 2020.

Segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal, a taxa de juro média aplicada nos novos contratos de crédito à habitação subiu de 0,87% em fevereiro, para 1,03%, em março.

 

Esta evolução ocorre num momento marcado pela subida dos indexantes do crédito da casa. As taxas Euribor têm vindo a subir para máximos de vários anos. A taxa a 12 meses regressou, este mês, a valores positivos e tem vindo a renovar novos máximos desde março de 2015, tendo-se fixado esta quinta-feira em 0,253%.

 

Por sua vez, no prazo a seis meses, o indexante negoceia atualmente em -0,206%, enquanto o indexante a três meses é o que se mantém mais negativo, nos -0,421%, ainda assim menos negativos que a taxa de depósitos do BCE: -0,5%.

Este ajuste tem acompanhado aquilo que são as expectativas dos mercados em termos de política monetária na Zona Euro. Com a taxa de inflação na região acima de 7%, a autoridade monetária europeia deverá acelerar o ritmo de normalização das taxas de juro na região.

 

Perante a expectativa de um aumento mais rápido das taxas de juro na região, o mercado de futuros vê agora as Euribor a três meses a negociarem negativas pela última vez em julho. As indicações do mercado apontam para taxas de 0,155% em setembro, segundo os dados da agência Bloomberg.

 

O aumento das taxas de juro não se faz sentir apenas nos contratos de crédito à habitação. A taxa de juro média dos novos créditos ao consumo subiu, em março, para 7,81%, face aos 7,71% registados em fevereiro.

 

Estas subidas deverão continuar a traduzir-se em custos mais elevados para as famílias com créditos.

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