O primeiro mês do ano ficou marcado por uma quebra no financiamento concedido às famílias, segundo os dados do Banco de Portugal, divulgados esta terça-feira. No total, os particulares obtiveram 746 milhões de euros junto da banca, o que representa o valor mais baixo desde Agosto do ano passado.

A diminuição das novas operações de crédito verificou-se em todos os segmentos. Mas foi no crédito à habitação que a redução foi mais expressiva. Os bancos concederam 347 milhões de euros para a compra de casa, em Janeiro, menos 26% do que um mês antes. Este destino continua a representar quase metade do dinheiro emprestado às famílias (46%).

Já as novas operações de crédito ao consumo ascenderam a 244 milhões de euros, o que compara com os 316 milhões de euros emprestados um mês antes. Quanto ao crédito para outros fins, foram emprestados 155 milhões de euros, menos 20% do que em Dezembro.

Apesar desta queda mensal nas novas operações de crédito às famílias, se for considerado o período homólogo, a tendência foi inversa. Em Janeiro de 2016, o novo crédito às famílias superou em 21% os 616 milhões de euros emprestados no mesmo mês do ano passado.

Crédito às empresas também cai

Não foi só aos particulares que os bancos emprestaram menos dinheiro em Janeiro. Também as novas operações de financiamento a empresas sofreram quebras face a Dezembro. No primeiro mês deste ano, as sociedades não financeiras obtiveram 2,4 mil milhões de euros junto da banca, o valor mais baixo desde Agosto. O sector financeiro emprestou, assim, menos 1,29 mil milhões de euros do que um mês antes.  

A tendência de diminuição verificou-se tanto nas operações até um milhão de euros como acima desse montante. As pequenas e médias empresas solicitaram 1,35 mil milhões de euros, enquanto as grandes empresas pediram emprestados 1,05 mil milhões de euros.

No caso das empresas, a comparação homóloga é também desfavorável. Isto porque as empresas conseguiram junto da banca 2,73 mil milhões de euros, em Janeiro do ano passado.