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A recuperação do sector imobiliário em cinco gráficos
O sector imobiliário está a recuperar. Uma evolução comprovada pelo aumento das casas vendidas, mas também pela subida dos preços que traduz uma maior facilidade de acesso ao crédito. Isto num contexto de juros baixos.
O mercado imobiliário está a recuperar. As transacções têm registado, trimestre após trimestre, evoluções positivas, sendo que os preços começam a acelerar. A valorização dos imóveis em Portugal está já acima da média da União Europeia. Esta é uma tendência que tem sido suportada pela maior concessão de crédito por parte da banca que há quatro anos não emprestava tanto dinheiro para a compra de casa. E a aposta neste produto, num contexto de juros em mínimo histórico, é visível na redução das margens exigidas aos clientes. Num conjunto de 12 instituições financeiras, oito já disponibilizam "spreads" mínimos abaixo de 2%.
Mais casas vendidas
A venda de imóveis em Portugal tem aumentado nos últimos trimestres, registando apenas uma ligeira queda no segundo trimestre deste ano face aos três meses anteriores. No terceiro trimestre foram vendidas 24.512 casas em Portugal, um crescimento de 24,8% face ao período homólogo, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). A venda de casas existentes, que representa a maior fatia, aumentou 33,5% neste período. Em cada 10 casas vendidas, apenas duas são novas, menos uma do que antes da chegada da troika, no segundo trimestre de 2011.
Casas mais caras
Além do aumento do número de transacções, o valor em causa também subiu. Os preços das casas aumentaram 2,9% no segundo trimestre face ao período homólogo. Em relação ao segundo trimestre, os preços cresceram 3,7%. O crescimento em Portugal é mais acentuado do que a média da União Europeia, onde os preços subiram 2,3%, de acordo com os últimos dados do Eurostat. Ainda assim, está longe do aumento de 10,7% registado na Irlanda, onde o crescimento foi mais acentuado.
Bancos dão mais crédito
Para a recuperação do sector imobiliário tem contribuído a abertura da "torneira" do crédito à habitação. Os bancos têm vindo a apostar novamente neste produto e concederam mais dinheiro para a compra de casa. Em Julho, as instituições financeiras emprestaram 400 milhões de euros para este segmento, de acordo com os dados do Banco de Portugal. Um montante que quase duplica os 213 milhões de euros concedidos em Julho de 2014. No acumulado do ano, o novo crédito já supera os dois mil milhões de euros, o que representa o valor mais elevado desde 2011, mas ainda longe dos valores de 2007, quando ascendia a 1,7 mil milhões de euros num só mês.
Taxas de juro em queda
A recuperação do sector imobiliário não seria possível sem a redução das taxas de juro dos financiamentos. Com a Euribor em mínimos históricos, tanto a três como a seis meses, os encargos com o empréstimo para a compra de casa têm vindo a recuar. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que, em Agosto, a taxa de júri implícita no crédito à habitação completou treze meses de quedas. Chegou aos 1,242%, o valor mais baixo desde que o INE começou a publicar estes dados, em 2009.
"Spreads" caem para metade em dois anos
Além de as taxas de juro no mercado estarem a diminuir, o que implica uma redução dos encargos nos créditos já existentes, as novas operações têm sido alvo de taxas mais baixas. Em Fevereiro deste ano, os bancos deram início a um movimento de cortes sucessivos nos "spreads" mínimos do crédito à habitação. Num conjunto de doze instituições, oito têm margens mínimas abaixo de 2%. CGD, BCP E Santander Totta têm o "spread" mínimo mais baixo: 1,75%. Mas os clientes "premium" podem conseguir uma margem de 1,5% no banco liderado por António Vieira Monteiro ou de 1,75% no Banif.