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Bancos descem "spreads" para empresas e particulares
Os bancos nacionais reportaram uma ligeira diminuição na restritividade dos empréstimos concedidos a empresas e particulares, o que se traduziu numa descida dos "spreads", revela o Banco de Portugal.
Ainda que os critérios de concessão de empréstimos tenham permanecido, no global, "relativamente estáveis nos últimos três meses", alguns bancos reportaram que a percepção dos riscos com a situação económica geral e a pressão exercida por outras instituições do sector "contribuíram para reduzir ligeiramente o nível de restritividade", revela o Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, divulgado esta terça-feira, 20 de Outubro, que foi realizado em Outubro aos cinco grupos bancários incluídos na amostra portuguesa.
Nesse sentido, a generalidade dos bancos efectuou um corte das margens exigidas nos créditos de risco médio tanto a pequenas e médias empresas (PMEs) como a grandes empresas. "Duas instituições indicaram ainda uma ligeira diminuição da restritividade dos termos e condições gerais, tendo outra instituição referido reduções de restritividade noutros termos e condições, tais como comissões e encargos não relacionados com taxas de juro, a maturidade e o montante do empréstimo ou linha de crédito, as garantias exigidas e outras condições contratuais não pecuniárias", frisa o inquérito.
E também no crédito a particulares, se verificou uma "ligeira redução dos ‘spreads’ quer nos empréstimos para aquisição de habitação quer nos empréstimos para consumo", sublinha o documento publicado pelo Banco de Portugal.
"A pressão concorrencial entre instituições, o custo de financiamento e restrições de balanço e a percepção dos riscos foram os principais factores referidos como tendo influenciado os termos e condições dos empréstimos, tanto para aquisição de habitação como para consumo", refere o inquérito.
Para os últimos três meses do ano, as instituições inquiridas não prevêem alterações nos critérios de concessão de crédito.
Quanto à procura por financiamento, nos últimos três meses, a maioria dos bancos inquiridos reportou uma estabilização na procura de empréstimos por parte das empresas, enquanto no segmento dos particulares, foi indicado um ligeiro aumento no crédito à habitação, ao consumo e outros fins.
"Para o próximo trimestre, em termos gerais, três instituições inquiridas antecipam uma estabilização da procura no segmento das empresas, com duas instituições a antecipar um ligeiro aumento, especialmente focado nos empréstimos a PME e em empréstimos de longo prazo", conclui o inquérito. Já nas famílias, apenas um banco não antecipa alterações na procura.