Notícia
Bancos deram 37 milhões por dia para a compra de casa
O ritmo de concessão de novo crédito para a compra de casa voltou a acelerar, com as novas operações até março a tocarem um novo máximo de 2008.
As novas operações de crédito à habitação atingiram um novo máximo de 2008, com o ritmo de financiamento a acelerar em março. No acumulado dos primeiros três meses do ano, os bancos financiaram 3,35 mil milhões de euros para a compra de casa, ou seja, 37,2 milhões de euros por dia.
Os bancos nacionais emprestaram 1.382 milhões de euros para a aquisição de habitação em março, um valor que compara com os 999 milhões financiados um mês antes. Entre janeiro e o final de março, o valor de novo financiamento concedido para a compra de casa superou os 3.349 milhões de euros, mais 17,6% do que no período homólogo de 2020 e um novo máximo desde 2008.
O crédito à habitação mantém, assim, a tendência de crescimento registada nos últimos anos, com os bancos a continuarem a apostar neste segmento, ao passo que a procura por parte dos clientes continua a revelar-se robusta, apesar da crise da covid-19. Várias entidades financeiras veem no crédito uma oportunidade para reforçar os laços comerciais com os clientes, através da comercialização de novos produtos associados ao empréstimo.
Além da guerra dos “spreads” nos últimos meses, que reduziu a taxa mínima cobrada pelos bancos para 1,1%, sendo que já há bancos com um “spread” inferior a 1% [o Bankinter tem taxa mínima de 0,95%], as instituições financeiras têm tentado seduzir novos clientes com campanhas promocionais e o pagamento das comissões de transferência de crédito.
O novo crédito, além de condições mais favoráveis por parte dos bancos, continua ainda a usufruir de um ambiente de taxas de juro muito reduzido, ainda que a taxa média aplicada às novas operações de crédito à habitação tenha quebrado, em março, um ciclo de sete meses consecutivos de mínimos históricos. A taxa de juro média aumentou 8 pontos base, para 0,84%, acima dos 0,76% fixados em fevereiro. Este ligeiro aumento das taxas de juro ocorre num período em que as Euribor registaram uma evolução ligeiramente positiva. A taxa a 12 meses segue em -0,483%, face aos -0,515% registados no início de fevereiro.