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Venezuela reduz sistema cambial a duas taxas oficiais
O sistema cambial da Venezuela vai ser modificado a partir de quinta-feira no âmbito da Agenda Económica Bolivariana, em prática para combater a crise nacional. Em vez de três taxas de câmbio oficiais, passa a ter duas.
A Venezuela anunciou esta quarta-feira modificações ao sistema cambial em vigor no país, que passa de três para duas taxas oficiais: Divisas Protegidas (Dipro) e Divisas Complementares (Dicom).
O anúncio foi feito pelo vice-presidente para a área económica, Miguel Pérez Abad, durante uma conferência de imprensa em Caracas.
A modificação do sistema cambial da Venezuela será feita a partir de quinta-feira no âmbito da Agenda Económica Bolivariana, em prática para combater a crise nacional, contemplando uma cotação de dez bolívares por cada dólar norte-americano (11 por 1 euro) para a taxa Dipro, e um valor flutuante de mais de 200 bolívares por dólar (220 por 1 euro) para a Dicom.
A taxa de câmbio mais económica estará reservada a bens, serviços e remessas consideradas prioritárias, incluindo alguns alimentos, medicamentos e matéria-prima para a indústria produtiva.
A Dicom será usada ainda para o pagamento de pensões e reformas do Instituto Venezuelano da Segurança Social, para casos especiais, investigações científicas, pagamentos do sector saúde, desporto e cultura.
Por outro lado o sistema complementar Dicom estará reservado às demais importações, a pagamentos com cartões de crédito, viagens ao estrangeiro, operações de representações diplomáticas e consulares, bem como as operações relacionadas com a exportação e venda de hidrocarbonetos e empresas de actividades não-petrolífera.
Na Venezuela vigora, desde 2003, um sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção local de moeda estrangeira. Actualmente esse sistema tem três taxas de câmbio oficiais e uma não oficial conhecida como mercado negro onde a cotação ronda os 1.280 bolívares por cada euro.