Já é possível ter o dinheiro no "smartphone", mas muitos portugueses preferem andar com o cartão de débito, ou crédito. E um inquérito realizado pelo Banco de Portugal revela que são ainda mais os que andam com dinheiro na carteira. Quanto? Em média, são 30 euros que "passeiam" com o seu dono, precavendo-se da necessidade de fazer algum pagamento. É que mais de dois terços dos pagamentos realizados são em dinheiro, essencialmente em notas.

No inquérito aos consumidores sobre os instrumentos de pagamento de retalho, 100% dos inquiridos aponta o dinheiro "como sendo o instrumento de pagamento mais utilizado". E os dados do Banco de Portugal confirmam: "o numerário é, efectivamente, o mais comum nas transacções registadas (70% dos pagamentos são efectuados com recurso ao numerário), independentemente do sector e do escalão da despesa".

"A popularidade do numerário é mais elevada no Alentejo e no Norte do país; entre os homens (em especial, entre os indivíduos dos escalões etários extremos: 18-24 e acima dos 55 anos), sobretudo os que vivem sozinhos", refere este mesmo inquérito, salientando que, de um modo geral, as pessoas dispõem, em média, de pouco mais de 30 euros na carteira".

Entre compras ocasionais e compras regulares, "o consumidor português faz uma média de 52,3 pagamentos mensais, dos quais, 36,7 em numerário", sendo que "aproximadamente 94% das transacções são presenciais: as despesas com alimentação e higiene pessoal são as que pesam mais significativamente no padrão de despesa mensal, correspondendo a cerca de 40 actos de pagamento. Os pagamentos mensais são, por isso, essencialmente de baixo valor: o estudo revela que o valor médio de cada pagamento ronda os oito euros".

Neste mesmo inquérito, o Banco de Portugal revela que 61% das transacções mensais do consumidor médio português são inferiores a 10 euros, sendo o numerário o instrumento mais utilizado neste tipo de transacção. "Porém, em valor, notas e moedas deixam de liderar o ‘ranking’ dos instrumentos de pagamento de retalho, representando 25% do valor total dos pagamentos efectuados".