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Não sabe que destino de férias escolher? Aqui é onde o euro (e a sua carteira) valem mais
Se está a pensar numas férias no Brasil, México ou Polónia, é uma má ideia do ponto de vista cambial, já que as moedas destes países foram as que mais valorizaram contra a moeda única nos últimos 11 meses. Argentina, Turquia e Egito parecem ser a melhor opção.
Descansar corpo, mente e carteira num destino de férias perfeito é uma conjugação difícil. Entre os vários critérios a ter em conta, o câmbio entre a moeda do seu país de origem e o destino deve ser um fator a levar em conta.
"A volatilidade das moedas é um fator essencial para as agências de viagens, que contratam e pagam serviços em diversos locais do mundo", começa por defender a "fintech" cambial Ebury.
Isto porque "os próprios pacotes de férias que são oferecidos pelos vários agentes podem sair mais baratos quando se trata de um destino cuja moeda sofreu uma maior quebra de valor". Além disso, nestes casos, ao converter a sua moeda de origem na de destino acabará também por ser beneficiado pela taxa de câmbio.
Ora, entre os destinos que podem ser aprazíveis para os portugueses ou os residentes em um dos outros 19 Estados da Zona Euro, a Argentina lidera a tabela.
Nos últimos 11 meses, o euro viu duplicar o seu valor contra o peso argentino que, por sua vez, (num efeito espelho) caiu 109,58% face à moeda única. O país sul-americano, com graves desequilíbrios macroeconómicos, enfrenta desafios trimestrais de redução do défice.
A desvalorização do peso argentino tem sido sobretudo penoso para as multinacionais que operam no país. Inicialmente, para contornar este problema, estas empresas recorreram ao dólar, porém atualmente, perante a escassez de "green cash", já começaram a recorrer ao chinês yuan para as transações internacionais.
No início deste ano, os presidentes dos dois países chegaram mesmo a anunciar uma moeda comum que serviria apenas para transações, inicialmente bilaterais – entre Argentina e Brasil - mas que posteriormente poderia ser alargada a outros parceiros.
O Egito ocupa a segunda posição da tabela, tendo o euro valorizado cerca de 7% contra a libra egípcia. Turquia completa a tabela, tendo o euro escalado 46,70% face à lira turca.
O banco central turco, sob a nova liderança de uma ex-funcionária do Goldman Sachs Hafize Gaye Erkan, centrou as atenções dos mercados na semana passada, ao aumentar pela primeira vez em 27 meses os juros diretores, passando de 8,5% para 15%.
Durante muito tempo, e de uma maneira muito pouca ortodoxa, a Turquia optou por não subir as taxas de juro, considerando que este gesto conseguiria derrubar a inflação, que atualmente está próxima de 40%.
Do outro lado da tabela, ou seja, destinos que não devem ser tidos em conta, está a Polónia, onde o zlóti ascendeu 7,50% contra o euro, o Brasil que viu o real crescer 3,99% face a moeda única, ou o México, em que o peso registou uma subida de mais de 11% face ao euro.
Numa nota de "research" emitida no início deste ano, o Goldman Sachs já tinha antecipado um bom desempenho do peso mexicano, atendendo ao envio de remessas de emigrantes - que por várias vezes o ano passado renovaram máximos históricos - e a contenção orçamental "o que tem apoiado a sólida imagem externa do México".