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Redução de trabalhadores nos CTT “é só o início”, diz Haitong
Os analistas do banco de investimento acreditam que o plano de reestruturação dos CTT será muito mais amplo, não contemplando apenas redução de pessoal, que já foi confirmada pela empresa. Acções sobem pela terceira sessão.
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Os analistas do Haitong acreditam que a redução do número de trabalhadores dos CTT, já confirmada pela empresa, é "apenas o início" de um plano de reestruturação que deverá ser "muito mais amplo".
A empresa de correios vai mesmo avançar com um programa de rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas que pode contemplar até 300 trabalhadores, como confirmou o Negócios, depois de a notícia ter sido avançada pela Sábado.
Numa nota de análise assinada por Nuno Estácio, o Haitong refere que as rescisões são "parte do plano de reestruturação dos CTT, que deverá ser anunciado antes do final do ano". "Acreditamos que isto é apenas o início, uma vez que uma redução de menos de 3% da força de trabalho ajudará a cortar alguns custos, mas acreditamos que o plano dos CTT deve ser muito mais amplo em termos de medidas", acrescenta o banco de investimento".
As acções dos CTT estão a subir 0,59% para 3,239 euros, depois de já ontem terem somado mais de 1,20% em reacção à notícia de que a empresa poderia avançar com a redução do número de funcionários. Nas últimas três sessões, os títulos já recuperam cerca de 2,5%, após terem perdido quase 40% desde que reportaram uma queda superior a 50% dos lucros nos primeiros nove meses do ano e anunciaram um corte de 10 cêntimos no dividendo a distribuir aos accionistas.
O CaixaBI mostra-se cauteloso em relação à evolução dos títulos, apesar de lhes atribuir um potencial de valorização de 45%.
"Existem diversos riscos de execução ainda presentes no investment case, nomeadamente a aceleração da queda do volume de correio, o novo enquadramento regulatório para 2018 e a performance do Banco CTT", referem os analistas, numa nota de análise a que o Negócios teve acesso.
A unidade de investimento da Caixa Geral de Depósitos acrescente que, apesar do target atribuído aos títulos (4,70 euros), mantêm "uma visão conservadora quanto à evolução da cotação dos CTT não se vislumbrando catalisadores positivos no curto prazo".
O CaixaBI lembra ainda que, além da saída de trabalhadores, os CTT estão a considerar a possibilidade de fechar balcões, depois de a administração já ter admitido que poderá também transferir a gestão das estações dos CTT para terceiros.
Na edição de hoje, o Negócios dá conta de que alguns trabalhadores do segmento de correios já começaram a ser contactados pelo grupo esta semana. Fonte oficial da empresa explicou que as eventuais saídas vão reflectir-se "mais em áreas de maiores concentrações de trabalhadores e menos em zonas interiores do país".
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.