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Polónia leva BPI a cortar recomendação e preço-alvo da Jerónimo Martins

O nível de promoções na unidade polaca conduziu a um corte na avaliação da retalhista liderada por Soares dos Santos. Mas a expectativa é a de que, apesar da "dor no curto prazo", a Jerónimo Martins venha a emergir como a "líder indiscutível".

Sofia A. Henriques
27 de Setembro de 2013 às 09:58
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A casa de investimento do BPI cortou a recomendação e o preço-alvo atribuídos às acções da Jerónimo Martins. Os receios com as promoções na Polónia, com efeitos nas margens operacionais, justificam a decisão.

 

O “target” atribuído à retalhista pelo BPI Equity Research para os próximos 12 meses está, agora, em 19,80 euros, o que reflecte uma descida de 2,2% face aos 20,25 euros anteriormente apontados. Os títulos da empresa seguem a negociar esta sexta-feira nos 15,54 euros, ao subirem 0,32%, pelo que o potencial de valorização é de 27,4%.

 

Já no que se refere à recomendação, a empresa dirigida por Pedro Soares dos Santos sai da lista de “core buy” ou “compra convicta” para ficar apenas sob a recomendação de “comprar”.

 

“A Jerónimo Martins é ainda uma das melhores retalhistas alimentares na Europa e uma grande história de crescimento mas as incertezas no curto prazo levam-nos a removê-lo na ‘core buy’”, escrevem os analistas do BPI especialistas na nota de análise publicada esta sexta-feira.

 

Referindo-se aos resultados do terceiro trimestre, a serem apresentados a 31 de Outubro, os analistas José Rito e Bruno Bessa levantam dúvidas sobre o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). “A Jerónimo Martins aumentou o nível de promoções, de forma a manter a percepção de que é líder no que diz respeito aos preços. Acreditamos que isto pode ser um risco para as margens no curto prazo e, consequentemente, cortamos a margem de EBITDA”.

 

Apesar de o banco permanecer “confiante” na operação da empresa, cujo presidente do conselho de administração Alexandre Soares dos Santos vai abandonar o cargo a 1 de Novembro, as dificuldades no curto prazo com a unidade polaca Biedronka são os motivos para as decisões no que diz respeito à recomendação e ao “target”.

 

Os receios relativos às margens operacionais juntam-se ao alerta de alguma prudência na Polónia que a Jerónimo Martins tinha já feito na conferência de cotadas ibéricas do BPI. Sendo este o maior mercado da empresa, a casa de investimento fala numa “dor no curto prazo”.

 

Em dúvida fica, na nota de “research”, se haverá um “ganho no longo prazo”. Apesar da perda de margens operacionais no curto prazo, o facto de a empresa reagir poderá levar a uma “maior racionalização” do mercado do retalho alimentar polaco. “Alguns pares têm vindo a registar vendas comparativas (“like-for-like”) negativas, pelo que as novas iniciativas no campo dos preços poderão conduzir a algumas saídas”, dizem os analistas. Aí, referem, "a JM vai emergir como a líder indiscutível". 

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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