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JB Capital: "Compra" reiterada depois de BCP resolver dois problemas
Provisionamento e capital: estes são os dois problemas centrais do BCP que ficaram resolvidos em 2016. O que retira incertezas da frente do banco, segundo os analistas da espanhola JB Capital Markets.
O BCP está "demasiado barato" para os riscos que apresenta, na óptica da casa de investimento espanhola JB Capital Markets. Assim, apesar de cortar em 1 cêntimo o "preço-alvo" atribuído ao banco, a recomendação que tem para as acções do banco liderado por Nuno Amado é a mesma: "comprar".
"O BCP está a transaccionar a múltiplos muito atractivos, considerando que o banco respondeu às duas questões centrais de capital e de provisionamento", considera a nota de investimento, datada de 8 de Março, a que o Negócios teve acesso. Houve um aumento de capital de 1,3 mil milhões de euros no banco, que reforçou os rácios, e o banco reconheceu o maior volume de imparidades da sua história em 2016, o que justifica esta posição.
O preço-alvo da JB Capital Markets para o BCP é de 26 cêntimos, um cêntimo abaixo do anterior "target". Esta quarta-feira, as acções da instituição financeira negoceiam nos 15,45 cêntimos, uma valorização de 0,65% face a ontem, num dia de queda no principal índice da Bolsa de Lisboa. Existe, portanto, um potencial de valorização de 68% para o BCP que resulta na recomendação de "comprar".
A nova nota relativa ao banco privado é divulgada depois de, na segunda-feira, ter apresentado as contas de 2016: o BCP teve lucros de 23,9 milhões de euros, uma quebra de 90% em relação ao ano anterior. A constituição de imparidades, de 1,6 mil milhões de euros (1,1 mil milhões para crédito), foi um dos factores que justificou o resultado, sendo que o lucro foi conseguido também graças a poupança fiscal.
Apesar destes efeitos extraordinários, a casa de investimento presidida por Javier Botín considera que as tendências recorrentes demonstradas pelo BCP são "positivas". O senão apresentado pelos analistas José Martins Soares e Gonçalo Guarda Garcia é a evolução do custo de risco, menos optimista do que a gestão de Nuno Amado.
De qualquer forma, o JB Capital Markets avança que este é um ano crucial (de "transição"), alinhando com as indicações deixadas pelo BCP na conferência com analistas, pelo que o progresso no custo do risco será essencial para uma reavaliação da acção.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.