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BCP com queda de 90% dos lucros para 23,9 milhões em 2016

Apesar de a constituição de imparidades ter atingido dos 1.116,9 milhões de euros, o BCP conseguiu ficar em terreno positivo na totalidade do ano. Os efeitos fiscais ajudaram a instituição financeira.

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06 de Março de 2017 às 17:12
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O Banco Comercial Português registou lucros de 23,9 milhões de euros no ano passado. O número representa uma quebra de 90% em relação a 2015, período em que apresentou um resultado líquido de 235,3 milhões.

 

A queda de 90% do resultado líquido deveu-se ao aumento do nível de imparidades de crédito. As imparidades constituídas para reconhecer eventuais perdas futuras em créditos concedidos subiram 36,6% para 1.116,9 milhões de euros. Há ainda outras imparidades e provisões, no valor de 481,1 milhões de euros, cujo valor se prende com "a desvalorização de fundos de reestruturação empresarial". 

 

Estas imparidades são reconhecidas na sua grande maioria na actividade nacional – o que faz com que a operação em Portugal tenha tido prejuízo de 157,3 milhões de euros, contrariando o lucro de 44,2 milhões em 2015. Por isso, foi a actividade internacional, com um lucro de 172,8 milhões de euros, que sustentou o resultado positivo do banco liderado por Nuno Amado no ano passado.

 

Olhando para os principais indicadores, a margem financeira (diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos) ficou em 1.230 milhões de euros, um avanço de 3,3% em relação a 2015. As comissões recuaram 2,5% para 643,8 milhões. O produto bancário deslizou 9% para 2.096,7 milhões.

 

Os custos operacionais impediram uma maior quebra do lucro. Houve uma descida de 23% nesta rubrica, que se fixou em 780 milhões de euros, e que reflecte os proveitos das poupanças no corte de pessoal. A instituição financeira terminou 2015 com 671 funcionários em Portugal, sendo que o número baixou para 618 no ano seguinte. 

 

Antes de impostos, o resultado do BCP foi de 281,3 milhões negativos. Contudo, na rubrica de impostos (correntes e diferidos) houve uma poupança de 381,9 milhões. Pelo que foi possível chegar ao resultado líquido positivo na totalidade do ano.

O banco defende que, sem itens não habituais, o lucro teria ficado em 97,6 milhões de euros. Nestes itens o BCP inclui as dotações para imparidades de crédito e os ganhos realizados com a alienação de títulos de dívida pública portuguesa.  

Rácio cai face a 2015 mas reforça com aumento de capital

Em termos de capital, o rácio de referência (Common Equity Tier 1) recuou em 2016 em relação ao ano anterior. 

Seguindo as regras em vigor ("phased-in"), o rácio desceu de 13,3%, em Dezembro de 2015, para 12,4%, no ano seguinte. Já com base nos cálculos que estarão em vigor em 2019 ("fully implemented"), o rácio desliza de 10,2% para 9,6%. 

Contudo, o aumento de capital que o BCP realizou permite que, ambos os rácios melhorem: 12,8% em "phased-in" e 11,1% em "fully implemented". 

Crédito cai

 

O crédito concedido pela instituição financeira sob o comando de Nuno Amado continua a recuar. O crédito a clientes (bruto) recuou 6,6% para 51.758 milhões de euros em 2016, penalizado pela queda do segmento empresas e também dos particulares, onde os empréstimos à habitação continuam a penalizar.

 

O crédito vencido há mais de 90 dias representa 6,8% do crédito total, abaixo dos 7,3% no final de 2013. O rácio de cobertura deste tipo de empréstimos subiu de 86,2%, em 2015, para 107% no final do ano passado.

 

Já os depósitos subiram de 48.993 milhões de euros para 49.010 milhões no espaço de um ano. 

O Negócios esteve em directo no Facebook a analisar os resultados do banco. Veja o vídeo:


(Notícia actualizada às 18:14 com mais informações)
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