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Haitong: Sonaecom pode estar de saída da bolsa

O banco de investimento estranha o valor que a Zopt pagou pelas acções da Nos e diz que a operação pode representar o primeiro passo para a saída da Sonaecom da bolsa portuguesa.

Ricardo Castelo
17 de Junho de 2016 às 13:58
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A venda da posição directa de 2,14% que a Sonaecom tinha na Nos à Zopt pode representar o primeiro passo para a companhia sair de bolsa, de acordo com o analista Nuno Matias, da Haitong.

 

Foi anunciado na quinta-feira que a Sonaecom vendeu à Zopt um total de 11.012.532 acções da Nos, correspondentes a 2,14% do capital da operadora que nasceu da fusão entre a Optimus e a Zon. Estas acções foram alienadas por 82,84 milhões de euros e a Zopt passou a controlar 52,15% da operadora.

 

"Pode questionar-se se este movimento representa o primeiro passo para a saída de bolsa da Sonaecom", com a empresa a "limpar a sua estrutura antes desse evento, reforçando a sua posição em ‘cash’ ao monetizar a participação directa na Nos", refere a Haitong na nota diária enviada hoje a clientes.

 

O analista Nuno Matias argumenta que "como já temos vindo a defender há muito tempo, não faz muito sentido a Sonaecom continuar cotada em bolsa" e esta venda de acções da Nos "pode ser um sinal que a Sonae pode estar mais disposta a resolver este problema".

 

No âmbito da fusão entre a Zon e a Optimus, a Nos passou a ser controlada em 50% pela Zopt, que é detida em partes iguais pela Sonecom e pela empresária angolana Isabel dos Santos. A Sonaecom ficou ainda com uma posição directa superior a 8%, que depois reduziu para pouco mais de 2% devido à oferta de troca que lançou para os seus accionistas. O acordo entre a Sonaecom e Isabel dos Santos previa contudo que os dois accionistas ficassem com posições iguais na Nos, pelo que a Sonaecom teria que vender estas acções.

 

"Prémio substancial"

 

Na mesma nota o Haitong questiona o preço desta transacção, já que a Zopt pagou o equivalente a 7,55 euros por cada acção, o que representa um prémio de 30% face ao preço de fecho das acções na quinta-feira.

 

"O prémio substancial a que as acções foram alienadas sinaliza uma importante avaliação de referência para os accionistas (…), embora tenhamos dificuldades em compreender a razão pela qual a Zopt pagou um prémio tão significativo nesta altura", refere o Haitong.

 

O banco de investimento assinala que esta transacção não deverá ter implicações na estratégia de curto prazo da Nos, embora para a Sonaecom seja "importante", pois "monetiza esta posição com um prémio importante, contribuindo para aumentar a liquidez da empresa, que no primeiro trimestre se situava em 166 milhões de euros".

 

O valor da operação tem um impacto positivo de 1,2% na avaliação das acções da Sonaecom, enquanto para a Sonae tem também um impacto positivo de 0,6%. O Haitong tem actualmente um preço-alvo de 2,5 euros para a Sonaecom e 1,35 euros para a Sonae SGPS, sendo que a posição na Nos é avaliada ao preço de mercado.

 

Além da posição na Zopt, a Sonaecom controla também várias empresas de tecnologias e o jornal Público. A empresa liderada por Ângelo Paupério é detida em 88% pela Sonae SGPS.  

 

As acções da Sonaecom fecharam ontem a subir 0,74% para 2,166 euros e hoje ainda não negociaram. A Nos valoriza 0,4% para 5,798 euros.

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