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Haitong: Mota-Engil terá fechado semestre com prejuízos de 3 milhões

O Haitong estima que a construtora tenha registado um resultado líquido negativo de 3,1 milhões de euros, apesar de perspectivar uma melhoria nas receitas e no EBITDA.  

Bruno Simão
02 de Agosto de 2017 às 09:03
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A Mota-Engil terá fechado o primeiro semestre com um prejuízo de 3,1 milhões de euros, de acordo com as estimativas do Haitong, publicadas na nota diária de hoje que envia a clientes.

 

No mesmo período do ano passado a construtora liderada por Gonçalo Moura Martins apurou um lucro de 73 milhões de euros, que beneficiou com os ganhos de capital de 77 milhões de euros que apurou na venda de activos. Excluindo estas operações também teria fechado o primeiro semestre do ano passado com prejuízos.

 

Em 2016 a Mota-Engil vendeu 50,06% da Indáqua, que levou a um encaixe de 60 milhões de euros, bem como a Mota-Engil Logística e a Tertir (negócio de portos e logística) que permitiu um encaixe de 275 milhões de euros.

 

A Mota-Engil não apresenta resultados trimestrais, pelo que as contas do semestre que irá publicar a 30 Agosto serão os primeiros indicadores sobre a actividade em 2017.

 

Melhoria operacional

 

Apesar de perspectivar prejuízos, o Haitong está optimista com a evolução dos resultados da Mota-Engil ao nível operacional, já que antecipa uma subida nas receitas (5% para 1.090 milhões de euros) e no EBITDA (14% para 170,1 milhões de euros).

 

"Esperamos que os resultados do primeiro semestre mostrem alguma recuperação operacional ao nível do EBITDA, mas tal deverá ser parcialmente anulado pelas linhas abaixado do EBITDA, pelo que estimamos resultados líquidos perto de zero ou negativos", refere o analista Nuno Estácio.

 

Apesar da queda de 3% nas receitas, o EBITDA da unidade europeia terá aumentado 30% no semestre, com a margem a progredir para 14%. No mercado africano as receitas e o EBITDA também aumentaram, mas a margem desceu para 23%, de acordo as estimativas. Na unidade da América o crescimento das receitas foi o mais acentuado (+11%), embora a margem seja bem mais reduzida (8%).  

 

"Com uma forte carteira de encomendas (1,9 mil milhões de euros), estimamos que esta unidade [da América Latina] continue a reportar os crescimentos mais acentuados de receitas, sendo que para atingir a meta de 10% de margem EBITDA terá de ocorrer uma melhoria na execução dos projectos", refere Nuno Estácio.

 

Os resultados financeiros negativos terão agravado 33% para -40 milhões, enquanto os lucros das participações detidas por minoritários duplicaram para 12 milhões de euros, o que além da ausência de mais-valias também ajuda a explicar a deterioração dos resultados líquidos. Os resultados antes de impostos terão descido 80% para 11,1 milhões de euros.

 

Ao nível da dívida, o Haitong estima uma redução de 145 milhões de euros para 1,2 mil milhões de euros, com a construtora a beneficiar com um dividendo especial que foi pago pela Ascendi (precisamente no montante de 145 milhões de euros).

 

O Haitong mantém a recomendação de "neutral" para a Mota-Engil, com um preço-alvo de 2,5 euros. "Iremos considerar ficar mais positivos para a cotada se o potencial de crescimento em África for convertido em grandes e rentáveis encomendas e a empresa melhorar a geração orgânica de ‘free cash flow’ com vista a reduzir a dívida", acrescenta o analista.

 

As acções da Mota-Engil sobem 0,82% para 2,445 euros.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro. 

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